Por: Paulo Cézar Caju*

Basta ao racismo no esporte! Já está na hora de Vini Jr. convocar todos e iniciar um movimento

Vinicius Jr tem sofrido com racismo constante na Europa. | Foto: Divulgação

Geraldinos, o Botafogo tirou uma enorme carga negativa do ano passado, com essa classificação para a fase de grupos da Libertadores. Júnior Santos vem sendo o grande destaque desta equipe, que, com este empate contra o Bragantino, pode aliviar um pouco o temperamento do vestiário. Porém, o assunto da coluna será outro. Também relacionado ao assunto do futebol, mas fugindo um pouco do gramado. Sobre os cânticos racistas da torcida do Atlético de Madrid, principalmente ao jogador brasileiro Vinícius Júnior, do rival Real. O que aconteceu na porta do estádio, antes do jogo, foi algo sem adjetivos. Ou melhor, com adjetivos, mas que não podem ser publicados. Vini Jr tem mostrado certa maturidade em campo, atuando de forma exemplar, para fazer o seu trabalho, como atleta e jogador profissional. Mas acho que, como negro, já está na hora dele chamar outros colegas de equipe e de outros clubes para iniciar um movimento e dar um basta nesta situação.

Chamar um jogador de chimpanzé é algo estarrecedor. Não pode a Liga Espanhola, os clubes, os dirigentes e até mesmo políticos e a família real espanhola deixarem isso passar despercebido ou mesmo com alguma punição branda. Ela precisa ser exemplar e motivadora para que outros casos semelhantes não venham a ocorrer mais em qualquer parte da Espanha ou mesmo da Europa e do mundo!

Há, na história do futebol, várias punições de rebaixamentos de clubes por atos criminais, seja pelos hooligans na Inglaterra e as casas de aposta na Itália. No mínimo, o Real Madrid, junto com os dirigentes dos demais clubes da Liga Espanhola deveriam se reunir e parar o campeonato até que seja tomada alguma ação contra o Atlético de Madrid. Os próprios jogadores negros e o sindicato de atletas da Espanha poderiam apresentar queixas e declarações de repúdio ao ato da torcida do Atlético, pois isso vai além do campo e fere com a pessoa Vinícius Júnior, juntamente com a sua família. Nem que seja o rebaixamento para a quarta divisão espanhola ou mesmo o banimento por anos das atividades esportivas, mas algo precisa ser feito. E já!

Antes das pérolas, não posso deixar de falar dessa situação do Maracanã e da dupla Fla-Flu no gerenciamento do estádio. Os dois não são os donos do Maracanã, pois ele pertence ao povo e ao Governo. Fora essa Federação de Futebol que consegue ser pior do que a própria concessionária do estádio. Ainda bem que o jogo entre Vasco e Nova Iguaçu acontecerá no local, mas isso depois de muitas brigas e discussões entre clubes e dirigentes.

Pérolas da Semana

1 - "Virou o DNA (chame o Instituo Félix Pacheco para dizer quem são os jogadores) do time. Basta ver o mapa de calor (agora os analistas de computadores viraram meteorologistas) para ver sua forma de potencializar em campo com as assistências (passe) e acompanhar as linhas e os espaços, com o dinamismo, como segundo homem de meio de campo, um meia armador".

2- "Duas linhas de 4, bem espetadas, atacando o espaço deixado pelo adversário, maqueando a configuração e beirando o espaço compactado (agora o futebol virou salão de beleza)".

3 - "Encaixou bem, incendiando o adversário (chame os bombeiros para apagar o fogo), jogando por uma ou duas bolas (só existe uma em campo), com esquema e organização prontos para duelar com outros times (vou buscar meu revólver, virou disputa de faroeste)".

*Ex-jogador de futebol. Fez parte da seleção do Tricampeonato Mundial no México em 1970. Atuou nos quatro grandes clubes do Rio (Flamengo, Botafogo, Vasco e Fluminense), Corinthians, Grêmio e Olympique de Marseille (França).

 

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