Por: Paulo Cézar Caju*

Gramado não é desculpa pelo jogo ruim

Lima, Peru - 03/04/2024 - Estádio Alejandro Villanueva - Fluminense enfrenta o Alianza Lima esta noite em Lima pela 1ª rodada da Conmebol Libertadores 2024. | Foto: LUCAS MERÇON/FLUMINENSE FC

Geraldinos, ainda faltam os resultados de Atlético Mineiro e São Paulo, mas, até agora, o desempenho das equipes brasileiras na Libertadores está bem abaixo do que esperávamos. Independente de desfalques e jogadores reservas, a obrigação dos times nacionais é de fazer bonito, diante dos investimentos feitos para montar os elencos. Porém, há sempre uma desculpa pelo péssimo jogo e, desta vez, sobrou para o gramado. Se o campo está ruim para um clube com atletas mais técnicos, imagina para o que não tem? Não se pode culpar a grama, seja ela natural ou sintética, pelo fraco desempenho dos jogadores. O Fluminense, por exemplo, tocou muito a bola e pouco pressionou o Alianza Lima, que fez um gol num contra-ataque. O Palmeiras, que levou um elenco sem muitos atletas considerados titulares, sofreu para empatar com o San Lorenzo. Flamengo e Grêmio têm a salvaguarda da altitude; mesmo assim, não fizeram atuações convincentes. Se no Brasil os gramados das equipes do interior são ruins, imagina desses times do segundo escalão da América do Sul? Tem que jogar bola!

E o Botafogo? Esse merece um capítulo à parte. Único que atuou em casa, tinha o apoio da torcida para vencer o Junior Barranquilla. Só que saiu do Nilton Santos com uma derrota de 3 a 1 e reclamação do seu investidor a atuação dos zagueiros. John Textor, me desculpe, mas seu negócio é com a bola oval! Você não entende nada da bola redonda! Deixa quem conhece o futebol brasileiro comandar o Botafogo!

Antes das pérolas, não posso deixar de mencionar, mais uma vez, a felicidade de ter participado do jantar que o presidente da França, Emmanuel Macron, ofereceu a uma pequena comitiva de autoridades e personalidades brasileiras e francesas. Sentar ao lado dele na mesa foi um prazer enorme, ainda mais sendo o primeiro a dizer como os negros vivem e se relacionam no Brasil. Só que essa não foi a primeira homenagem que tive por um presidente francês. Em 2016, no hotel Softel, no Rio de Janeiro, recebi de François Hollande o título de Cavaleiro da Ordem Nacional da Legião da França.

E vamos as pérolas, Geraldinos, com os analistas de computadores agora se fazendo de chefes de cozinha!

1 - "Colocar a identidade de um time de qualquer treinador (chama o DETRAN!), com contratações que não condizem com essa identidade, deixando o adversário se levar pela atmosfera do estádio, com uma boa leitura de jogo (eu tenho visão de jogo), com jogadas agudas e acertivas, alinhando as linhas de 5 ou de 4".

2 - "O sabor e roteiro da partida foi fazer a linha em transição alta (faltou dizer o tempero para dar o sabor), mas, ao não conseguir encaixar as linhas, seja alta ou baixa, não obrigou o erro do adversário (faltou por pimenta!)".

3 - "Jogo verticalizado ou na diagonal, com ligação direta com os alas agudos e balanceando as linhas, com falsos 9 jogando pelos lados".

*Ex-jogador de futebol. Fez parte da seleção do Tricampeonato Mundial no México em 1970. Atuou nos quatro grandes clubes do Rio (Flamengo, Botafogo, Vasco e Fluminense), Corinthians, Grêmio e Olympique de Marseille (França).

 

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