Por: Paulo Cézar Caju*

Técnicos brasileiros com muito 'mimimi'

Pep Guardiola é considerado por muitos o maior treinador da história do futebol. | Foto: Divulgação Manchester City

Geraldinos, essa história de time misto, alternativo para poupar os atletas, como justificativa para derrotas para equipes de menor expressão no cenário da América do Sul já virou rotina para os treinadores brasileiros. Isso quando não é o gramado ou mesmo o calendário de competições. Um grande exemplo de técnico com classe, que muitos aqui no país deveriam seguir, é Pep Guardiola. Mesmo com uma maratona de jogos na Inglaterra, o Manchester City faz um revezamento de atletas, joga quarta e domingo, assim como no Brasil, participa de várias competições, atua em gramados ruins e ninguém reclama disso com tanta veemência como por aqui. É incrível isso!

Além disso, jogador de futebol não está sozinho no campo. Ele tem outros 10 atletas junto, cada um cobrindo uma determinada área do gramado. Não é como um tenista, que joga uma partida que pode durar minutos ou horas, em diferentes pisos e faz uma maratona de viagens todo ano, dependendo do cronograma de torneios. Para que poupar? Na minha época atuávamos sempre em todas as partidas, pois sabíamos que o banco era logo ali. Hoje, há essa premissa de descanso e isso vira muleta na hora que perde um duelo importante, como aconteceu com o Grêmio, que está zerado na Libertadores, em um grupo relativamente tranquilo para passar.

Fim dos estaduais, hora do Campeonato Brasileiro. Antes disso, um mérito para algumas equipes, que levantaram a taça depois de um longo jejum. Ceará e Vitória impediram que seus rivais, Fortaleza e Bahia, com mais investimentos, ganhassem o Cearense e o Baiano mais uma vez. A rivalidade regional é saudável e isso não deve deixar de existir. Por mais que alguns estaduais não venham a ter a competitividade de antes, extinguí-los atrapalha muito o cronograma dos times de menor expressão, que dependem do campeonato para estarem na mídia e em evidência.

Antes das pérolas, uma menção aos duelos das equipes cariocas nesta primeira rodada do Brasileirão. Botafogo e Cruzeiro fazem um confronto de praticamente recuperação, com os dois de treinadores novos e querendo reencontrar o bom futebol de antes. Vasco e Grêmio estão praticamente na mesma situação, sendo o Cruz-Maltino com problemas nos bastidores, especialmente com a SAF. Fluminense e Bragantino se enfrentam em um duelo de duas equipes competitivas, entrosadas e com jogadores bem técnicos. Flamengo e Atlético Goianiense pode ser o jogo mais tranquilo entre os clubes do Rio, porém, o trabalho que o Jair Ventura vem fazendo merece atenção. Pegou o Dragão quase na zona de rebaixamento da série C e levou o time para série A novamente e vem com o título estadual. Merece atenção da equipe da Gávea.

Pérolas da semana

1 -"Zona de contundência para encaixe na espetada marcação, atrapalhando o duelo de titãs em campo aberto, acabando com a gasolina dos times com a bola viva, provocando um distúrbio disfuncional" - sem comentários...

2 - "Não conseguiu maximinizar a linha de cinco e a linha de quatro para jogar centralizado" - imagina se fizesse isso...

3 - "Afundar as linhas para pressionar a saída de bola, atacando os espaços, assimilando as ideias de jogo, potencializando a última linha, rodando por dentro ou por fora, com desconfortos agudos".

*Ex-jogador de futebol. Fez parte da seleção do Tricampeonato Mundial no México em 1970. Atuou nos quatro grandes clubes do Rio (Flamengo, Botafogo, Vasco e Fluminense), Corinthians, Grêmio e Olympique de Marseille (França).

 

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