Por: Paulo Cézar Caju*

Futebol brasileiro longe do seu ideal

Futebol brasileiro precisa evoluir | Foto: Divulgação/ Pixabay

Geraldinos, depois de alguns meses fui ao Estádio Nilton Santos, mais conhecido como Engenhão, assisitr o clássico Fluminense e Botafogo. Sai com a sensação de que o Glorioso tem chance de voltar a brigar por títulos, já que ele massacrou o Tricolor das Laranjeiras. Porém, o placar magro de 1 a 0 pode enganar os leigos. E o motivo principal está na autação do centroavente Júnior Santos. O jogador tem um grande potencial. Dribla, corre, chama a marcação, mas peca no principal: a finalização. Se não fossem seus quatro erros em chutes próximos ao goleiro Fábio, o Botafogo poderia ter aplicado um chocolate no Fluminense e ter dado um belo presente de Dia dos Namorados para os casais Alvinegros.

Falando nesse grande pecado de Júnior Santos, volto a dizer como os jogadores brasileiros, hoje, estão cada vez mais medianos e pouco se preocupam em evoluir alguns fundamentos básicos. Se o atacante do Botafogo se policiasse mais nisso, talvez até poderia ser convocado para a Seleção que, aliás, está refletindo bem como anda nosso futebol, cada vez mais dependente dos talentos individuais. Isso sem falar dos nossos treinadores, que não conseguem fazer táticas mais avançadas os apostar no coletivo.

Enquanto ficarmos apostando em nomes que despontam na América do Sul de jogadores médios de Colômbia, Equador, Peru, Argentina, Uruguai etc, ao invés de fazer um programa de base forte, para criar novos talentos, ficaremos assim, vendendo os jovens cada vez mais cedo para a Europa e importanto atletas, no bom linguajar, medíocres, sul-americanos.

O que o Dorival Júnior fez nos amistosos preparatórios contra México e Estados Unidos para a Copa América, com uma equipe atuando mais de forma defensiva, com três volantes em campo e apostando no talento individual de Vini Jr. Rodrygo e Raphinha para marcar gols, é algo para se preocupar, visando a Copa do Mundo de 2026, pois o Brasil sempre atuou para frente e coletivamente.

E citando os treinadores, antes das pérolas, eu sou um dos poucos que defendem o método de jogo de Fernando Diniz, desde os tempos de Audax. Todavia, o que ele está fazendo hoje, no Fluminense, é, no dialeto de boleiro, cagando para as críticas. Por mais que tenha sido um dos grandes responsáveis pelos títulos continentais do clube - Libertadores e Recopa - precisa ouvir mais as pessoas que estão em sua volta e perceber que o time não está rendendo mais como antes, pois o esquema de jogo já está manjado e necessita ser reinventado. Do que adianta ter o diploma de psicólogo se na hora principal, de receber críticas, as ignora? Não é porque venceu um título importante que pode se achar o melhor do mundo e ficar por isso mesmo. O time do Fluminense está mal e precisa abrir o olho, para não brigar por rebaixamento!

Vamos agora tentar decifrar as asneiras que esses analistas de computadores andam dizendo na televisão e rádio sobre os jogos, com frases cada vez mais incríveis.

Pérolas da semana:

1- "Manter o DNA com intensidade própria, com uma linha de 4, trabalhando para não perder a identidade, com articulação elaborada, por causa do desencaixe".

2 - "A bola está viva, com o time espaçado em transição, jogando por uma bola".

3- "Alargar o campo, leitura para jogar centralizado, fechando a porta, ficando confortável e depois desconfortável, encaixando o jogo com embate físico, renunciando a bola, jogando em 2/3, prendendo os alas".

4 - "Compactação, transição, trabalhando com consistência e intensidade, fazendo a leitura do jogo, com o falso 9, com jogadores espetados e amassando uns aos outros".

5 - "Como vai ser o movimento da chavinha para arrumar a casinha do time adversário?"

6 - "Veio por dentro, jogo meio sem tom, dando tapa na orelha da bola, fatiada e cortada, conectando a transição e fazendo a bola viajar".

7 - "Luta por espaço corporal, com linha de 4 ou linha de 5, fazendo intensidade média ou forte"

8 - "Ser encaixado no jogo propositivo ou reativo, confortável defensivamente, com sistema cognitivo, dando lugar a efetividade".

*Ex-jogador de futebol. Fez parte da seleção do Tricampeonato Mundial no México em 1970. Atuou nos quatro grandes clubes do Rio (Flamengo, Botafogo, Vasco e Fluminense), Corinthians, Grêmio e Olympique de Marseille (França).