Por: Paulo Cézar Caju*

Viva o futebol ofensivo!

Colômbia está na final da Copa América com um futebol ofensivo | Foto: Rafael Ribeiro/CBF

Geraldinos, a semana foi de fortes emoções para quem gosta do bom futebol, como eu. Ver Colômbia e Espanha chegarem às finais da Copa América e Eurocopa, respectivamente, foi um alívio para quem gosta da bola rolando no ataque. Duas seleções com o jogo ofensivo e para frente! Seus adversários nas decisões dos torneios continentais, porém, serão duas seleções do futebol pragmático: Argentina e Inglaterra. Por mais que os “hermanos” tenham jogadores habilidosos, o esquema tático de Lionel Scalioni é o mesmo da escola gaúcha. Já os ingleses, mesmo com um toque de ofensividade, ainda não tiraram aquele estigma da defesa bem postada, com quatro jogadores firmes no setor. De qualquer forma, serão duas finais ótimas para assistir.

Já a Seleção Brasileira, dispensa comentários. A começar pelo treinador. Sua justificativa sobre a roda dos jogadores na decisão dos pênaltis não me convenceu. A mim, ficou claro e nítido que eles não queriam Dorival Júnior naquele momento. Tanto que no Uruguai, Marcelo Bielsa ficou no meio da roda dos jogadores, com a prancheta na mão, dizendo quem iria ou não bater as cobranças de pênalti. E por Éder Militão para abrir as cobranças foi uma escolha temerária! Ele, Danilo, Paquetá, Marquinhos e muitos outros nem deveriam vestir a Amarelinha. Foi-se o tempo em que tínhamos jogadores habilidosos no Brasil, como os das seleções de 1982 e 1986, de Tele Santana… Esse grupo de “bad boys” já deu!

Ainda nas seleções, destaco a boa campanha do Canadá, que disputará o terceiro lugar da Copa América contra o Uruguai. Se não fosse um time muito “cabaço”, provavelmente estaria fazendo a final contra a Colômbia. Mesmo assim, méritos para esta jovem seleção, que, por sede da Copa de 2026, tem tudo para crescer antes, durante e depois do Mundial.

Vindo para os clubes do Rio, preocupa-me a situação do Fluminense. O time tem jogos duros pela frente e uma situação delicada no returno: vencer, pelo menos, 10 dos 19 jogos, para fugir do rebaixamento. A contratação de Mano Menezes não foi boa e as consequências estão surgindo, com especulações de saídas de jogadores, muito provavelmente já pela situação do vestiário, pois, pelas informações que tenho, ele tem um trato bem complicado com o elenco. Vide Internacional, Corinthians e outros clubes pelos quais passou.

E o Vasco ganhou uma sobrevida e espero que, com essas três vitórias, tenha afastado a ideia de trazer Felipão para o comando técnico. Esse colunista não iria aguentar ver Flamengo, Vasco e Fluminense com três técnicos gaúchos… Seria uma catástrofe para o futebol carioca, que sempre foi elogiado pelo jeito ofensivo, indo para o defensivo.

E vamos para as pérolas, Geraldinos, rir um pouco do que esses analistas de computadores andam dizendo sobre o futebol!

1 - "Quebrar a bola, fazendo a ligação direta, com uma leitura (visão) de jogo excepcional para poder organizar. Partiu várias vezes o X-1 durante os 90 minutos, arrastando a linha de 5 ou linha de 4 para trás, atacando o adversário, dando um tapa e chapando a bola para frente".

2 - "Encaixe, sendo desconfirtável, procurando o falso 9, ou espaçando o terreno".

3 - "Gerança encorpada, administração para fechar a porta com verticalidade, dando assistência (passe), que rasgam a primeira linha, com time propositivo e reativo".

4 - "Negociar o espaço com o rival, sendo agudo, indo para dentro ou para fora, fazendo a parede e amassando o jogador, engraxando a bola (jogador mudou de profissão agora), furando as linhas, chamando o adversário para dançar (onde vai rolar o baile?)".

5 - "Alargar o campo, para ajudar na largura dos jogadores de beirada, ficando confortáveis ou desconfortáveis, mudando de patamar, com velocista pelo lado (ou seja, ponta rápido),".

6 - Dá um tapa da orelha da bola (a bola tem gomos, não face!), time cascudo, bola continua viva, na contramão (vou pegar meu carro), para jogar no último terço do campo".

*Ex-jogador de futebol. Fez parte da seleção do Tricampeonato Mundial no México em 1970. Atuou nos quatro grandes clubes do Rio (Flamengo, Botafogo, Vasco e Fluminense), Corinthians, Grêmio e Olympique de Marseille (França).