A falta de fundamento penaliza o futebol
Geraldinos, a semana foi cheia, com Eurocopa, Copa América e futebol brasileiro. No entanto, o principal assunto não foi o que aconteceu nos gramados, e sim fora deles.
A comemoração dos jogadores da seleção argentina pelo título da Copa América, mais uma vez, chamou a atenção, pela música. Um canto racista e preconceituoso. Até quando teremos que conviver com isso, sem punições severas? FIFA, Conmebol e Federações deveriam criar regras e cartilhas para o bom comportamento dos atletas dentro e fora do campo. Agora, o que mais me chamou a atenção foi um país com miscigenação entre brancos e índios criticar outro.
E o que o treinador argentino Marcelo Bielsa, hoje comandante da seleção uruguaia, disse, é algo que venho falando há anos: que o futebol está cada vez mais em declínio, pois não temos mais jogadores técnicos e estilo de jogo ofensivo.
Para encerrar, lamentável os acontecimentos da final da Copa América. Argentinos com ingresso do lado de fora do estádio e invasão no gramado, retardando o início do jogo. Algo que não deveria acontecer, ainda mais em pleno século XXI. Mais um motivo de como a Conmebol, hoje, só pensa nos lucros do que no espetáculo do gramado.
Agora, o futebol brasileiro. Ainda bem bem não fui no Botafogo e Palmeiras e resolvi “sofrer” em casa. Falar que o jogo foi bom, movimentado, como muitos disseram, é algo forçado demais. O Botafogo poderia muito bem ter liquidado a partida no primeiro tempo e o Palmeiras virado o jogo no segundo. Nenhuma das duas situações ocorreram porque não temos mais jogadores com o mínimo de fundamentos. Quantas finalizações erradas na partida! Meus Deus! Parece que ninguém mais treina chute e passe nas categorias de base! Não temos mais artilheiros como antes! Fora isso, esse Anderson Daronco não deveria mais apitar jogos de algumas equipes, pelo histórico de reclamações. O que ele fez neste Botafogo e Palmeiras apenas reforça o quanto os dirigentes dos dois times estão de saco cheio com esse árbitro…
Fluminense e Grêmio que precisam logo recuperar os ânimos, pois, caso contrário, não conseguirão escapar do rebaixamento. Ter uma sequência boa de vitórias, como o Vasco, pode ajudar a recuperar a autoestima do grupo. Basta ver como o ambiente do Cruzmaltino mudou, após as quatro vitórias seguidas. E os dois times têm elencos para brigar, pelo menos, na parte de cima da tabela, mas, com os resultados negativos, isso vai atrapalhando o dia a dia dos clubes, principalmente o psicológico dos atletas.
Vamos as pérolas da semana, com os analistas de computadores, cada vez mais, se achando comentarias de elite do futebol…
1 - "Atacar a bola, atacar o jogador, ser agudo pelos corredores, tendo uma linha linear e maior vertical, transitando pelos lados, com pouco aderência, manutenção e amplitude".
2 - "Chapa quente, com jogada na contramão (chame o Detran, fiscais ou motoristas, pois tem rua e corredor no gramado), dando a primeira espetada na bola (vamos lutar espadas) por dentro ou por fora, para ir encaixando e deixando o time encorpado para agredir os adversários, machucando (marcando) em cima".
3 - "Empurrar o adversário para trás, fazendo o jogo direto com falso 9, com concistência linear e cães de guarda circulando (estamos numa prisão e não no gramado?), com posicionamento agudo".
4 - "Vinte e dois jogadores jogando e correndo sem a bola (tira a redonda da partida)"
5 - "Três setores que agem harmoniosamente, de forma propositiva e reativa, praticando a leitura (visão) do jogo, quebrando a linha direta, jogando pela bola, disputando as ideias".
6 - "Quebrar a disputa, lutando pela primeira bola, segunda bola (quantas bolas tem no jogo?)".
7 - "Amassar o adversário, encaixar e agredir os outros. Jogo desconfortável, time vertical, terceiro zagueiro sem a bola, volante robusto, linhas próximas, criar mecanismo (basta de asneiras!), atacar a área, gerar volume de jogo por dentro, batendo na porta do primeiro pelotão (hora da continência)".
*Ex-jogador de futebol. Fez parte da seleção do Tricampeonato Mundial no México em 1970. Atuou nos quatro grandes clubes do Rio (Flamengo, Botafogo, Vasco e Fluminense), Corinthians, Grêmio e Olympique de Marseille (França).