Geraldinos, Botafogo e Fluminense provaram que são capazes de voos mais altas este ano. O Glorioso fez uma boa partida contra o Palmeiras, mesmo com alguns desfalques. Os dois gols foram de um time bem organizado taticamente e de um elenco que já conhece bem o treinador. O Verdão também fez um bom jogo e mostrou a força do time que está desde meados de 2020 com Abel Ferreira, que não desiste nunca e joga buscando a vitória. Agora, o que me deixa furioso são os comentários depois do jogo.
Como pode uma presidente de um clube falar que o VAR está prejudicando seu time, em cadeia nacional, quando existe uma regra clara sobre a situação da bola na mão em lances de gol? E sobre o seu treinador, que fez gestos obcenos e ela simplesmente achou isso normal ou não muito incomum. Além dela, essa imprensa paulista, que nunca fala bem dos clubes cariocas e sempre busca os defeitos em Palmeiras e Corinthians, principalmente, após as derrotas. O Botafogo jogou bem e melhor que o Palmeiras. O Alvinegro teve méritos, assim como o Verdão também. Agora, não pode dizer que "se a bola não batesse na trave...". No futebol não existe "se". É do lance. Ou é gol, ou trave, ou defesa do goleiro ou qualquer outra coisa. Parece até comentário de gente que não aceita a derrota ou a eliminação.
Falando agora no Fluminense, foi um duelo complicado para mim. Entre Mano Menezes e Renato Gaúcho, difícil saber quem é o menos pior. O Tricolor das Laranjeiras jogou bem, fez o placar, mas o seu treinador gaúcho fez bem o seu papel de retranqueiro, recuou o time e quase pôs tudo a perder. O Fluminense tem um elenco razoável, com boas peças de reposição e tem tudo para sair de onde está. Porém, não pode se deixar levar pelas condições de "1 a 0 é goleada". Enquanto Mano Menezes não perceber que esse time tem um elenco mais para frente, o Fluminense vai ficar penando nestes recuos.
Antes das pérolas, não posso deixar de elogiar o trabalho que o Marcelo Paz vem fazendo no Fortaleza. Está novamente nas primeiras posições do Brasileiro, tem o mesmo treinador há anos e prova como um trabalho a longo prazo é merecedor de frutos. Está nas quartas de final da Sul-Americana, está crescendo internacionalmente e faz frente a muitos clubes de tradição no futebol nacional e sul-americano. Um exemplo de coordenação técnica para várias equipes do Sul e Sudeste do país.
Pérolas da semana
1 - "Time ababelar (medroso), com 3 zagueiros, uma linha de quatro ou de cinco"
2 - "Linha de quatro ou de cinco confortável, tirando o outro time da zona de conforto, deixando-o desconfortável (vou comprar vários sofás e por no campo do Maracanã)"
3- "Vem dificultar os adversários no enfrentamento, baixando a primeira linha, com o jogador abraçando o espaço recebido pelo adversário"
4 - "Time está gostando de por a roupa do operário e ir à luta contra o adversário"
5 - "Abordagem diferente no campo (liga para a polícia), dando tapa (toque) suave na bola, para não se cansar muito, virando a chave (de qual imóvel?), encaixando bem o poder de fogo e tapando os buracos do campo".
*Ex-jogador de futebol. Fez parte da seleção do Tricampeonato Mundial no México em 1970. Atuou nos quatro grandes clubes do Rio (Flamengo, Botafogo, Vasco e Fluminense), Corinthians, Grêmio e Olympique de Marseille (França).
