Essa semana, mais uma vez, reitores de universidades federais foram à imprensa, com o pires na mão, dizendo que iam fechar por falta de dinheiro, pois o governo federal, o “grande vilão”, teria cortado recursos dessas instituições.
Como pode professores terem tanta dificuldade de interpretação das informações? Não houve corte e sim
contingenciamento, que segue a lei de responsabilidade fiscal. O repasse de recurso é em função de entrada de receita. O orçamento para a educação para o ensino superior no corrente ano é quase R $1 bilhão superior ao ano passado.
É importante destacar que o bloqueio que foi feito no orçamento do Ministério da Educação, que é um bloqueio que, hoje, foi reduzido de R$ 2 bilhões para R $1,3 bilhões, não afeta em um centavo as universidades e institutos federais. Ou seja, o valor do orçamento das universidades é exatamente o mesmo.
Por acaso vocês têm ideia de quanto custam essas universidades aos brasileiros, já que todas são custeadas com os impostos que pagamos? A Universidade Federal do Rio de Janeiro, por exemplo, custa quase 4 bilhões de reais. Isso é, aproximadamente, o equivalente à verba do município de Duque de Caxias, que é o terceiro maior orçamento do estado do Rio de Janeiro, com uma população de quase um milhão de habitantes.
É fundamental buscar algumas respostas! Como esse dinheiro é gasto? Por que falta recurso para a manutenção, se as universidades federais ficaram dois anos fechadas, por causa da pandemia do coronavírus? E, depois, foi uma das últimas atividades a voltar a funcionar. Como pode isso? Onde foi utilizado o dinheiro que foi economizado durante esse tempo?
E aí, vale uma ressalva: mesmo sem trabalhar, os professores receberam seus salários integrais. A verdade é que essa mesma turma que vai para as ruas protestar por mais recursos para a Educação foi a que defendeu que universidades e escolas cassem fechadas por quase dois anos, prejudicando, enormemente, a maioria dos jovens e causando um dano quase que irreparável à educação brasileira.
Aqui no Brasil, o governo federal gasta mais com o ensino superior do que com a educação básica, invertendo completamente a ordem dos fatores e fazendo o contrário que deu certo em outros países, que conseguiram crescer e ter um desenvolvimento sustentável, como foi o caso do Japão e da Coreia, depois de guerras.
Eles conseguiram investir na educação básica e formar uma população consciente e capaz de melhorar os
rumos dos seus países. O fato é que a demagogia de 14 anos de governo PT fez com que as universidades fossem aparelhadas, os seus reitores, quase todos, liados a partidos políticos, e colocou a educação brasileira na posição de uma das piores do mundo, com as universidades transformadas em fábricas de militantes.
*Rodrigo Bethlem é ex-deputado e consultor político
