Por: Rodrigo Bethlem*

Quem tem inimigos como estes não precisa de amigos

Acho que nem nos seus melhores sonhos, o presidente Lula imaginava que, justamente com seus maiores opositores, arrumaria um tamanho "salvo conduto" pelos próximos meses.

O governo assumiu com problemas na articulação política no Congresso, um ministério decepcionante para os não petistas que esperavam um Lula mais amplo e ao centro, além de movimentos populares que prometiam não dar trégua a um governo sem o apoio popular do Lula 1 e Lula 2.

Aí, alguns "revolucionários de fundo de quintal" resolvem invadir e depredar a sede dos Três Poderes da República, causando uma enorme repulsa da grande maioria da sociedade, inclusive de quem era contra o atual governo.

Se a intenção era desestabilizar o presidente Lula, o resultado foi o inverso.

Vejamos só: os movimentos de rua agora serão esvaziados e tratados, na sua grande maioria, como golpistas. Se não eram, passam a ser.

Os parlamentares de direita menos aguerridos tendem a se retrair reduzindo a pressão no Congresso. A turma do "politicamente correto", que apoiou o Lula, tende a reduzir as críticas porque, afinal, a prioridade é a defesa da democracia. E a turma da direita, que reclama de parcialidade dos tribunais superiores, terão mais rigor e menos espaço para reclamar. Afinal, para defender a democracia vale qualquer coisa. Os fins justificam os meios.

Fico impressionado quando vejo os que acusavam Sérgio Moro de ser parcial e não respeitar o devido processo legal, aplaudirem certas medidas judiciais.

Enfim, neste caso o ditado foi alterado . Para Lula "quem tem inimigos como estes não precisa de amigos".

*Ex-deputado e

consultor político

 

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