Por: Rodrigo Bethlem*

Contra fatos fica difícil ter argumentos 

Capa do Anuário da Violência 2023, divulgado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. | Foto: Fórum Brasileiro de Segurança Pública/Divulgação

O Anuário da Violência de 2022, divulgado no dia 20 de julho pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, nos traz dados bastante interessantes que, de certa forma, destroem algumas das narrativas do atual governo em relação ao combate ao crime e à violência.

Os dados mostram quais são as 50 cidades mais violentas do Brasil com população acima de 100 mil habitantes no ano de 2022. A lista tem como referência as taxas de mortes violentas intencionais, chamadas de MVIs no nome técnico, divulgadas pelas secretarias de segurança pública de cada estado.

O primeiro dado que merece atenção é a questão do desarmamento. Por que justamente, nos últimos quatro anos, quando houve uma facilitação para a compra de armas pela população, de maneira geral, e também para a obtenção de porte de armas, tivemos uma queda significativa do número de mortes violentas e quando houve o Estatuto do Desarmamento, em 2003, aconteceu exatamente o inverso, ou seja, o crescimento do número de mortes violentas? 

Fica claro que impedir a população de bem de ter arma não é o que vai reduzir a violência até porque, ao longo de todo período do Estatuto do Desarmamento, os bandidos cada vez mais se armaram comprando armas contrabandeadas que chegam com muito mais facilidade às comunidades cariocas. 

Outro dado bastante interessante é quando pegamos as 50 cidades mais violentas e reduzimos esse aspecto para as 20 cidades mais violentas. Entre as 20, 11 estão na Bahia, que lidera a lista e tem os quatro municípios mais violentos do país: Jequié, Santo Antônio de Jesus, Simões Filho e Camaçari. Vale destacar que a Bahia é um estado governado, nos últimos 16 anos, pelo PT e , nos últimos oito, foi justamente pelo gerente do governo Lula, o chefe da Casa Civil. 

Outro dado muito relevante é que nas 50 cidades mais violentas, Santa Catarina não aparece com nenhum município. Justamente um estado que nunca foi governado pelo PT ou por algum partido satélite do mesmo. 

Esses dados comprovam que Segurança Pública não pode ser tratada com chavões, teses sociológicas, bandidolatria e criminalização das forças de segurança. 

Fato é que isso no Brasil tem sido extremamente deletério.

*Ex-deputado e consultor político

 

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