Por: Rudolfo Lago

Correio Político | No STF e na PGR, grande chance de Lula surpreender

Aras ainda acalenta a recondução | Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

O que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fará no Supremo Tribunal Federal (STF) e na Procuradoria-Geral da República (PGR) para substituir Rosa Weber e Augusto Aras é ainda uma incógnita. Ninguém conseguiu extrair exatamente o que passa pela cabeça do presidente para essas substituições. Que precisarão acontecer logo. O mandato de Aras à frente da PGR termina hoje. E Rosa Weber será substituída na presidência do STF na quinta-feira (28). O mandato como ministra termina no dia 2 de outubro, quando ela completa 75 anos e terá que se aposentar. Na PGR, até que Lula escolha o novo nome, talvez só semana que vem, assumirá interinamente o cargo a vice-presidente do Conselho Superior do Ministério Público, Eliseta Ramos.

 

Aras?

Ao entrar na sua última semana à frente da PGR, Augusto Aras ainda alimenta a hipótese de vir a ser reconduzido. Ele foi atacado, muitos disseram que ele procurava proteger o ex-presidente Jair Bolsonaro. Mas, para sua surpresa, a ideia da recondução cresceu.

Pragmático

Caso ocorra a recondução, ela estaria inserida numa visão mais pragmática de Lula, de não seguir tanto pela pressão política e ideológica. Ele já agiu assim quando indicou Cristiano Zanin para o STF. No caso, prevaleceria a visão de que Aras teria reduzindo a sanha punitivista.

Sem lista tríplice. Talvez sem Bigonha nem Gonet

Sucessora de Rosa não deverá ser uma mulher | Foto: José Cruz /Agência Brasil

Dentro do Ministério Público, já parece claro que Lula deverá ignorar solenemente a lista tríplice votada pelos procuradores, como Bolsonaro fez com Aras: Luiza Fricheisen, Mario Bonsaglia e Nicolao Dino. A lista teria ganho caráter corporativista demais em um momento de atuação do MP contestada. Dois nomes que tinham ganhado destaque ultimamente também teria perdido agora força: Antonio Carlos Bigonha e Paulo Gonet. Outros entraram na lista de especulações, como Virgílio Rios e Luiz Augusto Santos, que substituiu Lindôra Araújo como subprocurador quando ela esteve afastada para se submeter a uma cirurgia.

 

STF

Já no STF, parece ter ganho mesmo força a ideia de colocar na vaga de Rosa Weber o atual ministro da Justiça, Flávio Dino. Se essa exatamente será a escolha de Lula, não se sabe. Mas o presidente não deverá ceder à pressão para escolher uma outra mulher para a vaga.

Outra linha

Na segunda-feira, Lula praticamente cravou que seu critério não será mesmo escolher uma mulher negra, apesar da pressão nesse sentido. "O critério não será mais esse", declarou, ao ser perguntado. Nem necessariamente critério de "gênero" nem de "raça", afirmou Lula.

Interesses

Lula disse que escolherá alguém que atenda aos "interesses do país". O que significa isso, ele não detalhou. A verdade, porém, é que o presidente tem deixado claro que interpreta ter pago um preço por escolhas mais políticas e ideológicas nos seus dois primeiros governos.

Punitivistas

O corporativismo das listas da PGR fez ascender o grupo mais punitivista entre os procuradores. E esse também era o perfil majoritário dos ministros do STF que ele escolheu. Aqueles que ele nomeou no primeiro momento o condenaram e contribuíram para a sua prisão.

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