Por: Rudolfo Lago

Correio Político | Oposição admite que relatório de Eliziane será aprovado

Oposição insistiu na CPMI do 8/01 | Foto: Lula Marques/ Agência Brasil

Em conversas reservadas, parlamentares da oposição reconheciam que foi um erro estratégico ter insistido em instalar a CPMI dos Atos Golpistas. No princípio, o governo também não queria a investigação. Caso a oposição não tivesse insistido e a CPMI não tivesse sido instalada, poderia ter alimentado o discurso de que o governo não quis investigar. Instalada, a oposição viu-se em minoria. E incapaz de fazer prevalecer a sua tese inicial de que o governo teria sido omisso e permitido que os três prédios principais da República fossem invadidos e depredados. Ainda que possa argumentar que a investigação não se completou, que a CPMI não avançou, que personagens importantes não foram ouvidos, o fato é que a aprovação do relatório da senadora Eliziane Gama (PSD-MA) transformará a versão do governo na versão oficial.

 

Confusão

Os parlamentares, porém, esperam nesta quarta-feira (18) um dia de grande confusão. Ainda que não tenham número para aprovar um dos dois relatórios paralelos, que responsabilizam o governo, tentarão ao máximo atrapalhar a sessão. A sessão promete ser tensa.

Narrativas

Na avaliação da oposição, o que ficará da CPMI é uma guerra de narrativas. Eliziane não teria obtido provas concretas para responsabilizar o ex-presidente Jair Bolsonaro. Mas construiu nessa linha seu relatório, que acabará aprovado. Politicamente, será a versão que ficará.

Procuradoria da Mulher no Senado faz 10 anos

A procuradora da Mulher no Senado, Zenaide Maia | Foto: Pedro França/Agência Senado

Uma sessão solene na manhã de terça-feira (17) no Senado comemorou os 10 anos da Procuradoria Especial da Mulher, hoje ocupada pela senadora Zenaide Maia (PSD-RN). Ao longo desse tempo, as iniciativas da procuradoria levaram à aprovação de 83 leis dedicadas a promover a igualdade de gênero. Entre elas, a que assegura a equiparação salarial entre homens e mulheres. Ou a destinação proporcional e obrigatória de recursos para as candidaturas femininas. Houve ainda o aperfeiçoamento da Lei Maria da Penha, tipificando melhor os crimes de feminicídios e outros tipo de violência contra a mulher.

Em miúdos

Para comemorar os 10 anos, a Procuradoria da Mulher do Senado fez chegar às mais de 600 procuradorias da mulher que existem em municípios do país a cartilha Lei Maria da Penha em Miúdos, que explica a legislação que coíbe a violência contra a mulher.

Rosa

Por iniciativa da procuradoria, o prédio do Congresso e as duas cúpulas da Câmara e do Senado foram iluminadas de rosa, dentro da campanha Outubro Rosa, de prevenção contra o câncer de mama e seu tratamento. Trata-se do tipo de câncer mais comum entre as mulheres.

Cannabis

Se a decisão do STF sobre a descriminalização da maconha produziu reação, outro projeto promete mexer em outro vespeiro. O deputado Luciano Ducci (PSB-PR) foi escolhido relator do projeto que autoriza o cultivo de cannabis para fins medicinais.

Dois terços

Segundo pesquisa feita pelo Datafolha em setembro, dois terços dos entrevistados (76%) defendem o cultivo com esse propósito medicinal. Mas o uso ainda é bem restrito: apenas 1% usa algum medicamento à base da substância. Ducci quer ampliar essa utilização.

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