Por: Rudolfo Lago

Correio Político | Se for Lewandowski, é sem Segurança

Lula sondou Lewandowski sobre o Ministério da Justiça | Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Ricardo (STF) Lewandowski é, de fato, um dos nomes mais cotados para suceder Flávio Dino no Ministério da Justiça. Lula estuda outras alternativas mas, de fato, segundo uma fonte do governo, Lewandowski foi sondado por Lula. O ex-ministro do STF integra a comitiva de Lula à Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP28, em Dubai, nos Emirados Árabes. E Lula conversou com ele a respeito na escala na Arábia Saudita. Lewandowski aceita ser ministro. Mas com uma condição: ele não deseja ter na pasta a área de Segurança Pública. Segundo a fonte, teria dito a Lula que esse não é o seu perfil. Assim, se Lula optar por Lewandowski, haverá o discutido desmembramento da Justiça e a criação do Ministério da Segurança Pública.

 

Amigo

Bem antes de ser ministro do STF, Lewandowski já era amigo pessoal de Lula. Mais especificamente, da falecida ex-mulher do presidente, Marisa Silva. Embora tenha nascido no Rio de Janeiro, Lewandowsi cresceu em São Bernardo do Campo, cidade de Marisa.

Mãe

Marisa era amiga da mãe de Lewandowski, Karolina. Ela conheceu o ex-ministro antes mesmo de se casar com Lula. Além dos laços pessoais, a posição de Lewandowski no julgamento do Mensalão no STF o torna um nome bem quisto pelo PT e pelas forças de esquerda.

Possibilidades para o novo ministério

Compensação a Pacheco para ajudar Dino | Foto: Lula Marques/ Agência Brasil

A ideia de criar a pasta da Segurança Pública já vinha sendo cogitada antes mesmo da definição no nome de Dino para o STF. E, no fundo, ela poderia resolver alguns outros entraves. O ministério é uma antiga reivindicação da chamada Bancada da Bala. Poderia, assim, amainar resistências dentro do campo mais conservador. O secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Capelli, é um nome cotado. Mas também avalia-se entregar o cargo para o PSD do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (MG). Como forma de equilibrar as entregas de cargos que foram feitas para o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

Pavimentar

E ajudar a pavimentar votos em favor de Dino no Senado. Maior bancada, o PSD é considerado fiel da balança para a aprovação de Dino ao STF. É hoje a maior bancada no Senado, com 15 parlamentares. A escolha poderia reduzir resistências dentro do partido.

Acordão

O resultado final da CPI dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) acabou sendo um grande acordão entre o presidente, Chico Vigilante (PT), e o relator, Hermeto (MDB). Os dois teriam acertado livrar do texto final seus aliados.

Relatório

Em seu relatório, Hermeto, que é ligado ao governador Ibaneis Rocha, tirou da lista de indiciados os comandantes da Polícia Militar, acusados de terem sido lenientes no dia 8 de janeiro, quando os três prédios principais da República foram invadidos e depredados.

G.Dias

Mas Hermeto tinha incluído o ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência, o general G.Dias. Vigilante propôs, então, o acordo: G.Dias seria retirado da lista de indiciados. Em troca, ele ajudaria a aprovar o relatório sem os comandantes da PM.

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