Relatada pela senadora Eliziane Gama (PSD-MA), a CPI que investigou o 8 de janeiro já teria ficado quase sempre a reboque das demais investigações, sem acrescentar muita coisa. E produzindo ao final relatórios paralelos conforme as posições políticas dos envolvidos.
Renan Calheiros questiona o funcionamento da Abin
Se não irá pedir uma CPI no Senado, Renan quer, porém, reavaliar o funcionamento da Abin e a sua utilidade no atual modelo. Renan, que preside a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), vai assumir em fevereiro a Comissão Mista de Atividades de Inteligência, da qual Ramagem também é integrante. Para Renan, que já foi ministro da Justiça, o Brasil nunca teve de fato um órgão de inteligência, mas apenas de "arapongagem política", em muito herança da forma como atuava o antigo Serviço Nacional de Inteligência (SNI) na ditadura. Ano passado, ele já tinha enviado questionamentos, pela CRE, sobre a atuação da Abin.
Inquérito
Renan pretende requisitar a íntegra do inquérito que levou à autorização, pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), da ação contra Ramagem na semana passada. Que se desdobrou na segunda-feira em uma ação contra Carlos Bolsonaro.
Política
Pelo lado da oposição, intensifica-se o discurso de instrumentalização política da investigação. Mas em Brasília ninguém espera que as coisas parem e que novos poderosos apareçam investigados. No fundo, é o desdobramento da apuração sobre o 8 de janeiro.
STF
A tese da instrumentalização política já deverá avançar na CPI do STF, que foi pedida no ano passado pelo deputado Marcel Van Hatten (Novo-RS) e já obteve as assinaturas mínimas para vir a ser instalada. Van Hatten espera seu início agora quando o Congresso voltar.
Arapongados
O burburinho agora, especialmente no Senado, é em torno da obtenção da suposta lista de quem foi arapongado. Não são poucos os parlamentares que hoje desconfiam que estavam sendo monitorados pela Abin, e querem ter certeza se de fato isso aconteceu.