Depois do Instituto Datafolha mostrar uma reversão da popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na região Sul, outra pesquisa divulgada na quinta-feira (20) fez o Palácio do Planalto pensar em abrir novas garrafas de champanhe. Até então, o PT não liderava em nenhuma capital do país. Um desempenho negativo que seria inédito nos momentos em que o partido governou o país. Agora, pesquisa Atlas/CNN mostra uma liderança petista em um terreno antes completamente hostil. Segundo a pesquisa, a deputada federal Maria do Rosário (PT) ultrapassou o prefeito Sebastião Melo (MDB) em Porto Alegre. A deputada tem 30,2% contra Melo, que até então liderava, com 24,8%. É uma reversão admirável.

Em Porto Alegre, Lula venceu Bolsonaro em 2022: 53% contra 46%. Mas no Rio Grande do Sul, perdeu por largem margem: 56% contra 43%. Lula perdeu de Bolsonaro nos três estados da região Sul. As pesquisas, assim, abrem um novo horizonte para o governo e o partido.

O Planalto calcula que, se Lula mantiver a vantagem na região Sul, poderá pavimentar bem sua tentativa de reeleição. Ele domina o Nordeste. Tem vantagem no Norte. O Sudeste é dividido. O campo da oposição ficaria assim somente concentrado no Centro-Oeste.

A nova gafe da deputada Carla Zambelli (PL-SP) gerou novos constrangimentos no campo da oposição. Deputados comentavam na quarta-feira (19) que quem tem Carla Zambelli não precisa de opositor. Na coletiva após o adiamento do projeto que endurece as pernas sobre o aborto, Zambelli cometeu um ato falho que ontem viralizava nas redes sociais. Trocou a palavra "adoção" por "aborto". Disse o seguinte: "Não quer o bebê? Entrega para o aborto". As confusões de Zambelli são tantas que o ex-presidente Jair Bolsonaro evita falar com ela desde antes das eleições de 2022, quando ela saiu pelas ruas com um revólver em punho.

Para Bolsonaro, esse episódio e o de Roberto Jefferson recebendo policiais federais que iam prendê-lo com tiros e granadas contra policiais federais que tinham ido prendê-lo em Petrópolis foram fundamentais para determinar a sua derrota para Lula.

Zambelli é ré no Supremo Tribunal Federal (STF) por outra trapalhada. Ela contratou o hacker Walter Delgatti Netto para invadir algum site do poder Judiciário como maneira de demonstrar a fragilidade e colocar dúvidas sobre o sistema eletrônico de votação.

Ele invadiu o site do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e forjou um pedido de prisão contra o minsitro do STF Alexandre de Moraes. Os dois foram descobertos. As eleições foram com urna eletrônica. E tudo virou somente mais um constrangimento para a oposição.

Segundo Delgatti, ela ainda o teria levado para um encontro no Palácio do Planalto com o próprio Jair Bolsonaro. A sucessão de trapalhadas de Zambelli vira comédia para quem hoje está no governo. Viraliza nas redes. Para a oposição, ao contrário, é uma tragédia.