Por: POR RUDOLFO LAGO

CORREIO POLÍTICO | Um alerta no Senado: 'Não é hora de duelos políticos'

Vanderlan bateu duro na briga entre Lula e o BC | Foto: Roque de Sá/Agência Senado

Ao abrir nesta terça-feira (2) pela manhã a sessão da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, seu presidente, Vanderlan Cardoso (PSD-GO), optou por ler um longo discurso que trazia por escrito. O tema eram os 30 anos do Plano Real, mas a intenção era mandar um recado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ao presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, que protagonizam uma disputa em torno das taxas de juros. Lula faz cada vez mais duros ataques a Campos Neto. E esses ataques fizeram o dólar bater R$ 5,70 . Vanderlan bateu duro: "Não é hora de duelos políticos com a economia como pano de fundo para as contendas". E acrescentou: "Não se segura o dólar queimando as nossas reservas".

 

Alinhado

A fala mostra claramente Vanderlan mais alinhado ao Banco Central. Nada que surpreenda: ele é o autor da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que amplia a autonomia do BC, e que está na pauta da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.

Autonomia

Mostra, porém, o tamanho do rolo. Os ataques de Lula poderão precipitar um movimento para fazer andar a PEC que dá ao BC também autonomia financeira e administrativa. Como resposta às críticas. Ainda mais independência ao banco para garantir a política fiscal.

São Paulo, meu amor: da cidade ao país

Marçal e Datena embolam jogo em São Paulo | Foto: Reprodução/Instagram

Em São, São Paulo, canção que venceu o Festival da Canção de 1968, o baiano Tom Zé dizia que os paulistanos são pessoas "de todo o canto em ação, que se agridem cortesmente, morrendo a todo vapor; e amando com todo ódio, se odeiam com todo amor". São Paulo já era a principal cidade do país. Hoje, mais ainda, o que ali acontece define muito do que pode se repetir no restante do país. E, ainda que com números trocados, a pesquisa Real Time Big Data divulgada na quarta-feira sobre a corrida em São Paulo reforça o que dissemos aqui quando da pesquisa da Genial/Quaest: há uma divisão no projeto da direita que embola o jogo.

Metodologia

Diferenças de metodologia entre os institutos têm feito com que as pesquisas mostrem números discrepantes a partir do terceiro lugar, se ele é José Luiz Datena (PSDB) ou Pablo Marçal (PRTB). Na Quaest, o terceiro era Datena. Agora, quem aparece em terceiro é Marçal.

Empate

Mas ambas apontam empate na frente entre Guilherme Boulos (Psol) e o prefeito Ricardo Nunes (MDB). O que chama a atenção é como o jogo se embola em seguida. Na Real Time, Marçal tem 12%; Datena, 8%; Tábata Amaral (PSB), 7%, e Kim Kataguiri (União), 5%

Dispersão

Ou seja, abaixo dos dois líderes, há uma clara dispersão de votos, com dúvidas quanto à preferência do terceiro, se é Marçal ou Datena. Importante, porém, é que esses votos saem mais de Nunes. A dispersão é à direita. Talvez retornem a ele num segundo turno.

Lula

Mas o que ajuda Lula? Essa dispersão se relaciona também ao projeto da direita para 2026. Sem Jair Bolsonaro na disputa, divide-se entre os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e de Goiás, Ronaldo Caiado (União). O "ódio cortês" pode ajudar Lula.