Por: POR RUDOLFO LAGO

CORREIO POLÍTICO | Da cadeirada ao soco, do soco ao tiro, do tiro ao crime

O assessor socador ao lado de Pablo Marçal | Foto: Reprodução/Instagram

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovou na terça-feira o uso da Força Nacional para reforçar a segurança nas eleições de 6 de outubro em municípios de 12 estados. Nesses estados, as autoridades alegam que precisam do reforço porque não teriam sozinhas condições de garantir a paz no pleito. Ainda que a presidente do TSE, ministra Cármen Lúcia, tenha apontado que esse reforço já foi usado em outros anos, ela mesma apontou na sessão a preocupação com a escalada de violência nas eleições de 2024. Que tem como expoente máximo o candidato do PRTB, Pablo Marçal, que transformou a violência em regra na maior cidade do país. Por mais que ele queira posar de vítima, por que os episódios de violência sempre o envolvem?

 

Caos

Porque, como dizíamos aqui na terça-feira (25), Marçal estabelece, de forma deliberada, esse comportamento como rotina. É um "engenheiro do caos". Cármen Lúcia não citou nomes. Mas se Marçal não entendeu o recado é quase um problema cognitivo.

Escalada

O grave, porém, é que esse tipo de padrão a partir da maior cidade do país transborda numa escalada. Vai, então, da cadeirada de José Luiz Datena ao soco do assessor de Marçal que abriu o supercílio do marqueteiro de Ricardo Nunes (MDB), Duda Lima.

Risco maior é o crime organizado na política

Candidata no Guarujá, Thaís sofreu um atentado | Foto: Reprodução/Instagram

E do soco em Duda Lima chega aos tiros desferidos contra a candidata do União Brasil à prefeitura do Guarujá, Thaís Margarido. No domingo (22), o carro em que ela estava foi cravejado de balas. Cinco tiros. Felizmente, ninguém se feriu. No Rio de Janeiro, o Tribunal Regional Eleitoral (TSE) alterou 53 locais de votação na própria cidade do Rio e em municípios como Caxias, Belford Roxo e São João de Meriti por infiltração do crime organizado nas seções originais. A mudança é justificada pela segurança, mas afetou a vida de 171 mil eleitores. A infiltração do crime organizado na política é uma triste novidade política brasileira.

 

Violência

"De um modo geral, violência política sempre houve", observa o cientista político Isaac Jordão. A própria criação da Justiça Eleitoral teria sido decorrência disso, para coibir coisas como o voto de cabresto. Mas o envolvimento do crime organizado é hoje um problema.

Crime

Para Isaac Jordão, o risco da mistura do crime com a política se intensifica. A mudança nas regras de financiamento das campanhas retirou o "financiamento por dentro" e criou o "financiamento por fora". De milícias, do narcotráfico, de grupos organizados.

TSE

O TSE vem tentando atuar para coibir essa associação. Nesse sentido, observa Isaac Jordão, Cármen Lúcia manteria o mesmo padrão de rigor nesse sentido que marcou as presidências anteriores de Luís Roberto Barroso e de Alexandre de Moraes no tribunal.

PRTB

E, aí, voltamos a Pablo Marçal. E às suspeitas que surgiram de envolvimento do seu partido, o PRTB, com o PCC. "Isso é grave e precisa ser muito bem investigado", observa o cientista político. "Se o país não tomar o devido cuidado, será criminalizada a política".