Por: POR RUDOLFO LAGO

CORREIO POLÍTICO | O Barba e o Capitão mostram sua força

Influências de Lula e Bolsonaro turbinam candidaturas | Foto: Reprodução/vídeo

Ainda que tenham talvez se mexido menos do que esperavam os candidatos que apoiam, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-presidente Jair Bolsonaro acabam mostrando a força política que ainda têm no país, na reta final da campanha para prefeito. Até aqui, as pesquisas indicavam uma trégua na polarização política na escolha dos eleitores para administrar suas cidades. Como mostra o Correio da Manhã no quadro das capitais de acordo com as pesquisas mais recentes, essa situação agora parece ter mudado. Agora, o PL de Bolsonaro é que aparece à frente na maior parte das capitais. E o PT, que antes não liderava em nenhuma, agora está na frente do páreo em três. Mesmo quando não quer, Bolsonaro movimenta eleições.

 

São Paulo

Como acontece na acirradíssima disputa em São Paulo. Lá, o candidato de Bolsonaro é o prefeito Ricardo Nunes (MDB). Mas são os eleitores bolsonaristas os que turbinam a subida de Pablo Marçal (PRTB), que agora está rigorosamente empatado com o prefeito.

Rio de Janeiro

No Rio, a participação de Bolsonaro e de sua família é ativa. Não deve evitar a reeleição de Eduardo Paes (PSD) no primeiro turno. Mas fez subir cinco pontos, segundo o Datafolha, o deputado Alexandre Ramagem (PL). Cinco pontos retirados de Eduardo Paes.

Confronto direto entre PT e PL só em Fortaleza

Evandro Leitão e André Fernandes em Fortaleza | Foto: Reprodução/vídeo

Apesar disso, um confronto direto entre o PT de Lula e o PL de Bolsonaro só deve se verificar, se as pesquisas estiverem certas, em Fortaleza. Mas, de novo, resultado da força final de Lula, especialmente na região Nordeste. O deputado estadual Evandro Leitão (PT) deve disputar o segundo turno com o deputado federal André Fernandes (PL). A força nordestina de Lula e do PT se verificam ainda em Natal e Teresina, onde, respectivamente, a deputada federal Natália Bonavides e o deputado estadual Fábio Novo tomaram a ponta. Se os bolsonaristas estão com Marçal, os lulistas estão com Guilherme Boulos (Psol) em São Paulo.

BH

Em Belo Horizonte, votos de indecisos podem ter migrado para o prefeito Fuad Noman (PSD), que subiu de 18% para 21%. E, como em São Paulo, uma divisão à direita talvez possa explicar a subida de Bruno Engler (PL) e a queda de Mauro Tramonte (Republicanos).

Tramonte

Até então líder, o deputado estadual Mauro Tramonte (Republicanos) perdeu sete pontos, segundo o Datafolha. E Bruno Engler (PL) subiu na mesma proporção que Fuad Noman, passando de 18% para 21%, tornando imprevisível a corrida na capital mineira.

Bolsonaro

Algumas apostas de Bolsonaro e do PL, no entanto, têm feito parte da direita passar a criticá-lo nas redes sociais. São Paulo é o maior exemplo. O apoio a Nunes fez nomes como o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) a dizer que Bolsonaro "vendeu-se ao sistema".

Campo Grande

Campo Grande é outro exemplo. Bolsonaro e o PL optaram pelo deputado federal Beto Ferreira (PSDB), e deixaram de lado a prefeita Adriane Lopes (PP), apoiada pela senadora Tereza Cristina (PP). Adriane cresceu na reta final e Beto Ferreira caiu.