Por: POR RUDOLFO LAGO

CORREIO POLÍTICO | Valdemar vendo filme que PSL tinha visto

Bolsonaro pressiona Valdemar por comando | Foto: Beto Barata/PL

Quando em 2019 o recém-eleito presidente Jair Bolsonaro deixou o PSL foi numa disputa pelo comando do partido com o deputado Luciano Bivar. Bolsonaro depois tentou criar seu próprio partido, não conseguiu. E Bivar uniu o PSL ao Democratas para criar o União Brasil. Hoje, Bivar está envolvido lá em outra briga pelo comando partidário, com Antônio Rueda. Agora, o filme está passando de novo em outras salas, estas localizadas no Edifício Brasil 21, em Brasília, onde fica a sede do PL. Segundo integrantes do partido, Valdemar está agora sofrendo imensa pressão da família Bolsonaro para entregar o trono que ocupa no PL há 24 anos, quando morreu Alvaro Valle. Os bons resultados eleitores do PL só fizeram aumentar a pressão.

 

Radicais

O problema para Valdemar da entrega do comando é ela levar a uma guinada radical, reduzindo o modelo mais maleável que ele exerce há anos, no melhor estilo Centrão. Agora mesmo, Valdemar já se viu obrigado a expulsar o deputado federal cearense Junior Mano.

Curitiba

Os defensores de Valdemar rebatem dizendo que, se ele fosse rigoroso, teria que expulsar o próprio Bolsonaro. Afinal, o PL tem o candidato a vice de Eduardo Pimentel (PSD) em Curitiba, e Bolsonaro resolveu apoiar a candidata do PMDB, a jornalista Cristina Graeml.

Houve avanço sobre a própria presidência do PL

Junior Mano foi expulso do PL por apoiar petista | Foto: Mario Agra/Câmara dos Deputados

Antes do primeiro turno, chegou a haver uma pressão sobre Valdemar inclusive para que ele entregasse a presidência do PL para o deputado Eduardo Bolsonaro (SP). E o próprio Valdemar chegou a ventilar a possibilidade. Depois, recuou fortemente. Não pretende entregar o partido. Agora, a pressão é sobre a Fundação Álvaro Valle, que administra cerca de 20% dos recursos do fundo partidário. Novamente, Valdemar não quer ceder. Mas, dentro do PL, já há quem avalie que ele acabará obrigado a entregar alguma coisa. Nas reuniões internas, ele já vem sofrendo pressão intensa dos nomes mais radicais. Ele cogita dar a área internacional.

Vereadores

Se o PSD foi o partido que elegeu maior número de prefeitos, o PL foi o que elegeu mais vereadores. Foi também o que teve mais votos, por conta de alguns fenômenos, como Lucas Pavanato, em São Paulo. Pode sair do segundo turno como o que fez mais capitais.

Pressão

Tal situação aumenta a pressão quanto ao controle do partido. A família Bolsonaro entende que é a responsável pelo desempenho. Já Valdemar considera que é a forma como concilia a extrema direita com a parcela mais moderada. A queda de braço intensificou-se.

Ordem

Junior Mano afirma que ele foi expulso por ordem de Bolsonaro. No caso, parece haver sentido, porque ele apoia o petista Evandro Leitão e o PL tem candidato do segundo turno, André Fernandes. Mas Valdemar resiste a esses processos, porque eles reduzem a bancada.

Cursos

Mas os Bolsonaros querem uma área que tenha recursos. A Fundação Álvaro Valle daria a possibilidade de comercialização de cursos. No caso, mira-se no sucesso que teve Pablo Marçal (PRTB). Turbinadas as redes sociais, isso poderia virar excelente fonte de receita.