Em um dos seus romances inaugurais, "As Luzes de Setembro", da sua "Trilogia da Névoa", o escritor catalão de histórias fantásticas Carlos Ruiz Zaffón nos apresenta à figura mitológica do doppelgänger. De origem alemã, o doppelgänger seria um duplo que cada pessoa teria, como uma espécie de negativo. Todas as características desse duplo seriam opostas à da pessoa. Se a pessoa é boa, seu duplo é mau. Se a pessoa é pacífica, seu duplo violento. E a maior tragédia que pode acontecer a alguém é cruzar com seu doppelgänger um dia nas ruas. No mundo da política, é impressionante como o ex-presidente Jair Bolsonaro muito deseja o tempo todo ser uma espécie de doppelgänger do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.