O pacote de medidas de corte de gastos obrigatórios será anunciado após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva explicar as propostas aos presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco. Caso as conversas ocorram até o início da tarde desta quinta-feira (7), as ações podem ser anunciadas no mesmo dia, disse agora à noite o ministro da Fazenda Fernando Haddad. Segundo o ministro, faltam apenas dois detalhes jurídicos para fechar o pacote, antes de o presidente Lula tomar a decisão definitiva sobre as medidas. O encontro final, que ocorreria nesta quarta (6) à tarde, foi adiado para esta quinta, às 9h30, porque uma reunião para discutir ações de combate às mudanças climáticas atrasou.

O líder do partido Republicanos na Câmara Federal, o deputado Hugo Motta (PB), afirmou, nesta quarta-feira (6), que questões políticas e ideológicas não devem comprometer a relação do Brasil com os Estados Unidos, após a vitória do candidato pelo Republicano, Donald Trump, sob a candidata do Democrata, Kamala Harris.

"Não acredito que o país comprometa as suas relações com os Estados Unidos, que é um grande parceiro, por uma questão política e ideológica. Sempre defendemos que o interesse do país, o interesse nacional, está acima de qualquer interesse político e partidário", disse Hugo.

Sem adiantar medidas, Haddad afirmou que o pacote será composto por uma proposta de emenda à Constituição e um projeto de lei complementar. O ministro admitiu que alguns pontos foram retirados porque gerariam economia pequena sobre o Orçamento.

Haddad não comentou a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que elevou a Taxa Selic (juros básicos da economia) em 0,5 ponto percentual, para 11,25% ao ano. O ministro disse que esperará a ata para opinar sobre a decisão do Banco Central.

Candidato do deputado e atual dono da cadeira, Arthur Lira (PP-AL), na disputa pela presidência da Câmara dos Deputados, o parlamentar afirmou ainda que o resultado das eleições causa "um ânimo maior aos movimentos e aos partidos de direita" do país. As informações foram divulgadas pela jornalista Victoria Azevedo, da Folhapress.

"Isso causa um momento de euforia, de levante, digamos assim, para o próximo período eleitoral do país. É natural. Nós gostamos de acompanhar futebol, de acompanhar diversos tipos de disputas. Essa é mais uma disputa que o Brasil acompanha atentamente pela importância que ela tem", disse o deputado Hugo Motta.

Questionado se isso poderá ter impactos na tramitação do projeto de lei que dá anistia aos condenados dos ataques golpistas do 8 de janeiro na Câmara Federal, o parlamentar afirmou que isso será discutido no âmbito da comissão especial criada pelo atual presidente da Casa, Arthur Lira.

"A condução da comissão deve começar nos próximos dias. A comissão vai trabalhar, na minha avaliação, com muita serenidade e fazendo o trabalho que tem que ser feito para debater um tema tão importante como esse", concluiu Motta.