Por: POR RUDOLFO LAGO

CORREIO POLÍTICO | Novidade da pesquisa foi Fernando Haddad

Pesquisa mostra chance da opção Haddad | Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

O dado da pesquisa Quaest divulgada na quinta-feira (12) mais comentado não foi o desempenho eleitoral do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Mas a performance do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Ao simular diversos cenários, a pesquisa mostra Lula vencendo de todos os adversários colocados no levantamento. Mas, ainda que possa andar combalida, a popularidade de Lula e sua força política é coisa mais do que conhecida. O que chamou a atenção na Esplanada dos Ministérios é que Haddad, confrontado com os mesmos adversários, também venceria em todos os cenários. Em um momento em que o presidente, aos 79 anos, convalesce como consequência de uma queda, a pesquisa gerou animação.

 

Lula

No Planalto, segue-se repetindo que "não há plano B". O candidato em 2026 é Lula. Mas o acidente mostrou, no entanto, que é preciso traçar outros cenários. Lula terá na campanha presidencial 81 anos. É prudente imaginar que será candidato se a saúde permitir.

Biden

O exemplo de Joe Biden ronda sempre. Aos 82 anos, o presidente americano insistiu até onde pôde em manter sua candidatura à reeleição. Quando desistiu, talvez não tenha havido tempo para transformar de fato Kamala Harris numa opção viável.

Ministro precisa contornar notícias amargas

Quem substituirá Paulo Pimenta? | Foto: Lula Marques/ Agência Brasil

Não é tarefa simples transformar o ministro condutor da economia em presidenciável. Mas isso foi conseguido com Fernando Henrique Cardoso a partir do Plano Real. Esse é o grande desafio, comentam aliados do governo. FHC foi eleito a partir do momento em que as melhores na economia claramente foram sentidas pelo brasileiro em seu bolso. O que tem inquietado é que eventuais conquistas do país na economia, como o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) ou o fato agora de o país finalmente conseguir iniciar sua reforma tributária, não se refletem imediatamente numa sensação de melhora na vida das pessoas.

Beligerância

E o governo ainda precisa administrar a beligerância entre os poderes nessa eterna queda de braço em torno da questão orçamentária. Tudo isso está na conta da Haddad. Mesmo assim, porém, a pesquisa Quaest mostra que ele está no páreo, e não pode ser desprezado.

Comunicação

No fundo, transformar avanços econômicos em boas notícias é igualmente uma tarefa da qual o próprio Lula necessita. E esse segue sendo o problema. Já é consenso geral que o governo se comunica mal, e precisa melhorar. E as mudanças de fato acontecerão.

Cirurgia

O caso dos procedimentos em Lula era comentado como exemplo. Se, como disse o médico do presidente, Roberto Khalil, o segundo procedimento já era algo previsto, por que isso não foi dito logo? Não dizer acabou gerando a sensação de que o caso era mais grave.

Profissionais

Enfim, comunicação é coisa de profissionais. Se passará a ser assim exercida é outra história. Sidônio Palmeira não estaria inclinado a aceitar a Secretaria de Comunicação a não ser que lhe fosse dada autonomia. E há dúvidas também sobre Edinho Silva.