Por: POR RUDOLFO LAGO

CORREIO POLÍTICO | Comunicação não irá se resolver fazendo um Pix

Nota de Zucco mostra que segue problema do Pix | Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados

Na tarde de segunda-feira (13), o líder da Oposição na Câmara, Luciano Zucco (PL-RS), divulgou uma "nota de repúdio" contras as medidas tomadas pelo governo para fiscalizar as operações via Pix acima de R$ 5 mil. Segundo ele, "trata-se de um ato covarde" que "impõe um novo controle sobre a população". A nota da oposição demonstra como o problema segue longe de estar resolvido. O governo agiu rápido para desmentir a disseminação da ideia de que a medida significava que o governo iria começar a taxar as transações via Pix. Se a nota já deixa de lado essa preocupação, ela mostra, porém, que o estrago sobre o modelo de transação financeira que virou um sucesso já foi feito. A tarefa agora será consertar esse estrago.

 

Sidônio

Sidônio Palmeira tomou posse na Secretaria de Comunicação. Já foi da sua lavra o vídeo gravado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva fazendo um Pix para o Corinthians para mostrar que não haveria taxação. Mas a verdade é que já há comércios evitando Pix.

Informais

A nota da oposição mostra o tamanho do problema. O governo diz que quer coibir irregularidades e lavagem de dinheiro. A oposição aponta que seria uma forma de coibir o trabalho de pequenos empreendedores que vivem na informalidade. Uma medida autoritária.

Falta de diálogo com o cidadão é parte do problema

Sidônio terá muito trabalho pela frente | Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Dentro das avaliações sobre como se disseminou a ideia de que o governo iria taxar o Pix há a ideia de que o governo desconfia do governo. E isso seria reflexo da má comunicação de um governo com mecanismos ruins de diálogo com a sociedade. O Correio Político mostrou na segunda um exemplo nas falhas no site de uma empresa estatal, a Emgea, que gere bilhões. Na esteira, esbarrou em outro problema parecido. A Federação Interestadual de Transporte de Cargas (Fenatac) entrou em contato com a coluna para contar que desde novembro do ano passado tenta sem sucesso um contato com o Instituto Nacional de Metrologia (Inmetro).

Inmetro

A federação agrega sindicatos patronais da área de transporte. Afirma que foi procurada pelo Sindicato das Empresas Transportadoras de Cargas Perigosas da cidade de Pedro Canedo (GO) porque o Inmetro teria descredenciado uma empresa vinculada e não conseguia saber a razão.

Fenatac

A Fenatac afirma que tentou, então, contato com o Inmetro. Sem sucesso. Tentou contatos telefõnicos e não conseguiu. Mandou mensagens institucionais por e-mail que também não tiveram resposta. Diz que nem pretendia eventualmente defender a empresa.

Comunicação

Vinculado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, o Inmetro, ao contrário da Emgea, tem telefones de contato e assessoria de comunicação no seu site. O Correio Político conseguiu contato, explicou a situação. A assessoria informou que daria retorno.

Sem retorno

Até o fechamento da coluna, no entanto, nenhum retorno aconteceu. O que não tem sido exatamente uma surpresa. Não é a primeira vez que uma assessoria de comunicação do governo não responde, não dá retorno e parece preferir torcer que a questão morra sem resposta.