Por: POR RUDOLFO LAGO

CORREIO POLÍTICO | Comunicação: soluções depois da porta arrombada

Emgea reconhece falhas de comunicação | Foto: Emgea

Nos últimos dias, depois da mudança na Secretaria de Comunicação da Presidência, esta coluna se debruçou sobre dois casos concretos de falta de comunicação no governo, envolvendo a Empresa de Gestão de Ativos (Emgea), ligada ao Ministério da Fazenda, e o Instituto Nacional de Metrologia (Inmetro), vinculado ao Ministério do Desenvolvimento. Nos dois casos, somente depois da publicação é que houve resposta. Respostas que mostram caminhos totalmente diferentes para tentar resolver problemas de comunicação. A Emgea optou por um contato direto, no qual reconheceu as falhas apontadas pelo Correio Político. O Inmetro escolheu como caminho enviar uma nota, na qual tenta desqualificar a coluna com distorções.

 

Caminhos

O primeiro caminho aponta para uma disposição de correção e melhora. O segundo aponta para a repetição dos mesmos problemas em uma situação futura semelhante. A nota que desqualifica parece sempre ter o propósito de tentar vencer pela intimidação.

Emgea

Dois dias depois da publicação, surgiu uma assessoria de comunicação na Emgea. Que reconheceu ser um erro não haver no site nenhum número de contato. Disse que ele está sendo reformulado. Mas que já trabalharia nesta quarta-feira (15) para incluir os contatos.

Emgea irá gerir cerca de R$ 11 bi em ativos do FCVS

Inmetro tentou desqualificar coluna | Foto: Inmetro

A Emgea é uma empresa criada no governo Fernando Henrique Cardoso para gerir ativos da União. No ano passado, recebeu R$ 5 bilhões de recursos do Fundo de Compensação de Variações Salariais (FCVS). A bolada vai aumentar, porque ainda há pagamentos a serem feitos que devem elevar esse valor para algo em torno de R$ 11 bilhões. Vai ficar no foco. Mas não tinha se preparado para isso. A explicação dada é que, no governo Jair Bolsonaro, entrara na lista do Plano Nacional de Desestatização (PND), e tudo acabou de certa forma congelado. Mantida a empresa, o novo presidente, Fernando Pimentel, teria priorizado a arrumação interna.

Comunicação

Agora, então, é que começaria neste ano de 2025 a tornar melhor sua comunicação para a sociedade. Não parece algo muito justificável, uma vez que Pimentel assumiu a empresa em março do ano passado. Mas a Emgea, de qualquer modo, assumiu um caminho de correção.

Inmetro

No caso do Inmetro, a coluna contara que a Federação Nacional de Transporte de Cargas (Fenatac) tentava sem sucesso contato desde novembro para entender a razão de descredenciamento de uma empresa. O foco era o não atendimento, não o descredenciamento.

Contato

Somente na terça-feira (14), a Fenatac conseguiu, afinal contato com o Inmetro. Na nota à coluna, o Inmetro diz que "em respeito à transparência e à verdade" não respondera porque não havia sido informado o nome da empresa descredenciada. Esse nunca foi o foco.

Reconhecimento

Há momentos em que o reconhecimento da falha é o melhor caminho. Caso, por exemplo, da decisão tomada pelo governo de revogar a portaria sobre a fiscalização do PIX. Apontar nos outros o erro, distorcendo o propósito original, como tentou o Inmetro, não resolve.