Não há ainda nada a se comemorar. Mas as pesquisas de opinião divulgadas na semana passada emitiram sinais trocados para o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Há um ponto comum em todas elas: a popularidade está baixa. Mas duas apontaram que ela parou de cair. Esse foi o dado mostrado pela AtlasIntel na terça-feira (1) e pelo Datafolha na sexta (4). Entre as duas pesquisas, a da Quaest mostrou Lula com a maior desaprovação de toda a série. Divulgada na mesma quinta-feira (3), em que o ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência, Sidônio Palmeira, preparara um grande evento para mostrar o que o governo vem fazendo. De qualquer modo, a junção dos números pode dar algum alento.

No campo eleitoral, a mesma pesquisa Quaest que apontou a maior desaprovação de Lula mostrou, por outro lado, que ele, ainda que tenha havido queda, vence na corrida pela cadeira presidencial em 2026 todos os seus adversários.Empata com Bolsonaro, inelegível.

Foi com a soma da leitura de todos esses números que Lula foi se encontrar, na noite de sexta-feira, com os senadores na casa do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). Uma conversa de mais de quatro horas. Lula assegurou que o cenário será revertido.

Ao lado da ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, Lula fez junto aos senadores um esforço de convencimento. Que claramente visa obter simpatia especialmente do Centrão, do grupo conservador de que necessita para obter sucesso em seu governo, melhorar sua popularidade e chegar competitivo em 2026. Lula estava ali na casa de um dos comandantes do Centrão. E a conversa remetia a algo dito por Sidônio Palmeira na quinta, quando foi confrontado pelos jornalistas com os números ruins da pesquisa Quaest. Se as coisas vão mal, a responsabilidade precisa ser compartilhada com todos os ministros do governo.

O Correio Político já abordou a questão. Lula até agora não avançou na reforma ministerial dando mais espaço ao Centrão porque não tem certeza se os projetos dos atuais ministros que já são do Centrão são iguais aos projetos dele. Eles promovem o governo?

Ou esses ministros se valem dos espaços de poder que têm para atender somente a seus próprios projetos ou a projetos diferentes dos seus partidos, que, em 2026, terão um candidato concorrendo com Lula, criticando seu governo e reduzindo suas conquistas?

A mesma sexta que terminou com Lula conversando com senadores na casa de Alcolumbre, que é do União Brasil, começou com o seu partido lançando, em Salvador, na Bahia, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, à Presidência da República. Qual União vai prevalecer?

União que deve formar federação com o PP. Irá de Caiado? De Lula, como defende o ministro do Turismo, Celso Sabino? Alinhada ao bolsonarismo, como quer Ciro Nogueira (PP-PI). Na dúvida, Lula dá a Arthur Lira (PP-AL) a relatoria da redução do Imposto de Renda.