Por: Sérgio Cabral*

Teatro venezuelano: números de expatriados dizem tudo: um país rico em petróleo com um povo pobre, desempregado e elite política afundada em corrupção

Nicolás Maduro deu continuidade à cartilha do Bolivarismo e chegou aos 25 anos de regime | Foto: Agência Brasil

A ditadura disfarçada de Nicolás Maduro e a plutocracia venezuelana vão às urnas com as mesmas estratégias rasteiras contra a oposição.

Massacrar a oposição é o esporte preferido de Maduro e sua gente. Candidatos de oposição são presos, cassados, constrangidos pelo aparelho repressivo de Estado a serviço da perpetuação no poder.

Hugo Chavez liderou golpes frustrados até que deu certo pela via eleitoral e, em 99, assumiu a presidência do país. De lá não saiu. Teve um câncer que se agravou, apontou o sucessor, Maduro, e morreu. São 25 anos de bolivarianismo, seja lá o que isso significa nas mãos de autocratas.

Um dos maiores heróis da libertação dos povos das Américas do jugo espanhol foi Simon Bolívar, inspiração do oficial do exército Hugo Chavez, na implantação da República Bolivariana da Venezuela. Bolívar deve se remexer lá dos céus em ver seu nome de pretexto para tanta maluquice e deterioração de um país.

Bem, o venezuelano sabe o que significa o bolivarianismo de Chavez/Maduro: segundo a ACNUR, a Agência da ONU para refugiados, mais de 5,4 milhões de venezuelanos deixaram o país nos últimos anos. Um dos maiores deslocamentos humanos do planeta. Para a Colômbia foram 2,5 milhões de venezuelanos. Para o Brasil, cerca de 500 mil.

Os números de expatriados dizem tudo: um país rico em petróleo com um povo pobre, desempregado e subempregado; elite política e econômica corrupta que se garante na extração das bacias petrolíferas abundantes em óleo e gás para se manter no poder. Gastam fortunas em empregos públicos para massas de venezuelanos que se transformaram em milícias de Maduro. Constrangem e violentam opositores nos bairros e cidades do país.

A indústria venezuelana acabou, setor de serviços é precário, há escassez de alimentos, desemprego em massa, inflação alta, moeda fraca, serviços públicos não funcionam, aparato do Estado tomado de nomeações políticas que formam, junto com os sindicatos aparelhados, uma militância agressiva financiada pelo governo de Maduro.

A novidade da milícia bolivariana nessa eleição é o sequestro de profissionais e assessores da oposição. Maria Colina Machado, candidata da oposição, foi barrada da disputa presidencial por uma decisão da justiça a serviço de Maduro.

As eleições de 28 de julho serão mais um teatro na tentativa de legitimidade de um regime falido. Que nos últimos 25 anos empobreceu seu povo e fez parte dele rodar países e continentes com suas famílias, de maneira desesperada, em busca de uma vida melhor.

Se você tiver qualquer dúvida, procure uma cidadã ou cidadão venezuelano que mora no Brasil e pergunte como vive o seu povo sob o jugo de Maduro e sua gente.

*Jornalista. Instagram: @sergiocabral_filho

 

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