A comunicação social instantânea a todos os cantos do mundo faz com que chamas na Califórnia, a seca acentuada no Nordeste, as chuvas aterrorizadoras no Rio Grande do Sul, o degelo nos extremos do planeta e toda a sorte de catástrofes e tragédias ambientais frequentem nossas mentes diariamente. E o que podemos fazer como pessoas e sociedade?
Agir! E rápido!! Como continuar a ampliação da justiça social e a inclusão de mais gente no consumo com a base energética que foi gerada por nós e que, ainda hoje, é nela que nos assentamos?
Carvão mineral, gás natural e petróleo ainda são a base fundamental da geração de grande parte da nossa energia. Há outras fontes energéticas em uso, mas em percentual baixo.
Donald Trump, defensor do uso de combustíveis fósseis, irá acentuar ainda mais a continuação dessas fontes de energia que ainda são as mais importantes e disputadas pela humanidade no momento.
Por aqui, temos problemas de país emergente, sofisma para país cheio de problemas e desafios inquietantes. Nossa base de transporte é rodoviária. Tanto no deslocamento de pessoas como de produtos.
Aqui no Rio, o metrô tem 54 quilômetros de extensão, quase a metade construída durante os meus oito anos de governo. Além de termos renovado a frota dos trens das linhas metroviárias e construído diversas estações. O metrô transporta, em média, 650 mil pessoas por dia. Imagine se sua expansão tivesse continuado?
Uma composição de metrô transporta 1.800 pessoas, retira das ruas cerca de 900 carros com dois ocupantes.Menos poluente que automóveis ou ônibus com motores a combustão, contribui dessa forma com a redução das emissões de gases poluentes que elevam o efeito estufa.
Ainda aqui no Rio, temos os trens urbanos da Supervia. São 270 quilômetros de malha ferroviária instalada. Transporta por dia, em média, 300 mil passageiros. Durante meus oito anos renovei toda a frota de trens. Fizemos uma concorrência internacional, com financiamento do Banco Mundial, que foi vencida pelos chineses. Nesses dois modais, quando assumi, a média de usuários diários não chegava à metade do que é hoje. Mas há muito o que fazer.
A produção industrial e agrícola do Brasil carece de infraestrutura para o escoamento da sua produção. Ela é feita, basicamente, pelo transporte rodoviário. A malha ferroviária brasileira é pequena para a dimensão continental do país.
Daí que, tanto nos centros urbanos e no interior do Brasil, ainda quase tudo e todos são transportados sob a égide da energia dos combustíveis fósseis.
Desde que as temperaturas passaram a ser registradas, tivemos em 2023 e 2024 as mais elevadas da história. Estamos nos suicidando diariamente. A Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, a COP 30, será realizada esse ano no coração da Floresta Amazônica, na linda cidade de Belém. Espero que o esplendor da floresta e de seus habitantes inspirem os líderes políticos e empresariais dos países participantes que a hora não é já, ela já passou e devemos correr atrás do prejuízo, antes que seja tarde e, sendo assim, infelizmente nossos netos e bisnetos viverão momentos do apocalipse.
*Jornalista. Instagram:@sergiocabral_filho