Por Richard Stoltzenburg
Para acompanhar de perto a missa de despedida do arcebispo do Dom Gregório Paixão, na manhã deste sábado (02), foi preciso chegar cedo. A Catedral São Pedro de Alcântara, em Petrópolis, ficou lotada de fiéis que queriam participar da sua última celebração na cidade e desejar boa sorte na nova caminhada. A missa teve início às 09h e contou com a presença de autoridades, do prefeito de Petrópolis Rubens Bomtempo, vereadores e do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro. Além de secretários, representantes e padres das paróquias das seis cidades que englobam a Diocese de Petrópolis. Mais de mil pessoas acompanharam a celebração.
Durante seu discurso, Dom Gregório agradeceu aos petropolitanos e contou histórias vividas na cidade, como a tragédia de 2022. "Desejo aqui cumprimentar os irmãos que estão na celebração e agradecer a todos os sacerdotes. Subi com temor e tremor a montanha, com o coração desejoso de aprender e ensinar a única coisa que movia a minha vida para subir essa montanha, Jesus Cristo, nosso Senhor. Vim, vi e vivi. Muito obrigado por tudo e perdão pelas minhas limitações que manifestei nessa vida. Com vocês vivi grandes alegrias, quantas belezas vivemos juntos, porque soubemos dividir, pela graça de Deus, a amizade e o amor. Ao mesmo tempo quero dizer que muitas lágrimas também choramos, principalmente com as tragédias e que mudou a nossa história. Nunca vou me esquecer daquele dia que entrei no necrotério e o profissional segurava a cabeça de uma criança de 11 anos e ao me ver, disse: 'Dom Gregório, tenho uma filha com a mesma idade'. Naquele momento, abaixei a cabeça e comecei a chorar. Foram alegrias e tristezas que colocamos nas mãos de Deus. Não será uma despedida, mas até breve. Muito obrigado", exclamou. Ao fim da fala, Dom Gregório Paixão foi aplaudido por todos os fiéis presentes.
Dom Gregório Paixão toma posse em Fortaleza no dia 15 de dezembro para assumir a Arquidiocese de Fortaleza. Entre as principais ações em Petrópolis, está a reforma da Catedral São Pedro de Alcântara, em 2021. Projeto orçado em mais de R$ 10 milhões. No dia 18 deste mês, o Conselho Administrativo Diocesano deve se reunir para definir um padre administrativo diocesano até que o papa Francisco defina um novo bispo, o que deve levar cerca de seis meses.
A representatividade de Dom Gregório ultrapassa as extensões territoriais e geográficas. Maria de Lurdes saiu da cidade de Mar de Espanha, em Minas Gerais, para acompanhar a despedida. "Foram quatro horas de viagem, mas valeu muito a pena. Sempre acompanhei as missas ministradas por ele e aprendi muito. Sentiremos saudade", afirma.
Durante a missa, o governador do Rio de Janeiro Cláudio Castro também disse algumas palavras ao bispo e ressaltou com a equipe do Correio Petropolitano, sobre a presença na celebração. "Ele tem uma história enorme com a Igreja Católica e eu conheci antes dele tomar posse aqui na diocese de Petrópolis. Hoje aqui na celebração, não é só o governador, mas o amigo e filho Cláudio Castro, e em Petrópolis que tem uma importância na minha vida. Era fundamental estar aqui prestigiando ele", comenta. Durante a fala, Cláudio Castro cantou a música "Canção de Pedro" e explicou o porquê da homenagem. "Essa é uma música que era da banda do meu pai em que eu estive muitos anos e fala sobre as missões, do político, do sacerdote e do bispo, e que ele possa ir para essa nova missão, com alegria e fé", finalizou.
Dom Gregório nasceu em Aracaju, em Sergipe. Agora, na Arquidiocese de Fortaleza, o arcebispo retorna a região do nordeste, mas afirmou que retornará ao estado do Rio e a Petrópolis com alegria.
