Consciência de risco de desastres

Por Redação

O tão esperado radar meteorológico para a Região Serrana parece estar mais perto de sair do papel. Objeto tão sonhado pelos municípios, que qualquer movimentação é motivo para comemoração. Nesta quarta-feira, representantes do Governo do Estado se reuniram com a promotoria do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro para iniciar o trabalho de vistorias e projeto de implantação dos equipamentos. A princípio será instalado um em Petrópolis e um entre Teresópolis e Nova Friburgo. A primeira cidade é considerada a mais vulnerável para desastres socioambientais provocados por chuvas extremas no país. As outras duas cidades, também com nível alto de vulnerabilidade, enfrentam desafios semelhantes para prevenção de desastres e no monitoramento meteorológico.

Em 2022, quando ocorreram as duas tragédias provocadas pelas chuvas em Petrópolis, que causaram 242 mortes, muito se falou sobre previsão climática. Será possível prever chuva em grande proporção como aconteceu naquele ano? A instalação de um radar vai, de fato, deixar os municípios mais preparados para o pior que está por vir? Sem pessimismo em excesso, o pior virá com as consequências das mudanças climáticas aceleradas que estamos presenciando.

Está claro que passar pelas catástrofes de 2011 e 2022 ensinou alguma lição sobre prevenção para a população, mas para o poder público que tem o dever de garantir a vida e a segurança do povo, não muito. Mais do que monitoramento e previsão, são preciso ações de mobilização e consciência de risco. Em 2022, por exemplo, se a previsão tivesse conseguido alertar, pouparíamos mais vidas? Com certeza. Mas os estragos materiais que, para muitos custam tanto, não seriam evitados.