Por: Leandra Lima - PETR

Período de estiagem representa perigo para áreas verdes

Soltura de balões e fogueiras são crimes e aumentam as chances de incêndios | Foto: Divulgação/ Defesa Civil

Por Leandra Lima

Petrópolis se aproxima do período de estiagem, que é caracterizado por conter baixa pluviosidade, redução da umidade do ar, racionamento de água, entre outros problemas. Durante o fenômeno há uma preocupação coletiva em relação aos incêndios em áreas verdes, já que na temporada são mais comuns acontecer, pois muitas vezes são entrelaçados por ações nocivas do homem, como soltura de balões, queima para limpeza de terreno, fabricação de fogueiras improvisadas em trilhas entre outras práticas.

Segundo o protetor ambiental, Cláudio Homar, representante do Instituto São Francisco de Assis - organização protetora da fauna e flora, na cidade e em outros municípios da Região Serrana-, já está tudo muito seco, e com isso há muito combustível. Homar fala ainda que, em meio ao evento climático, as pessoas estão soltando muitos balões, fazendo fogueira e churrasco em trilhas, sem orientação. "Então isso tudo pode causar tragédias ambientais. Recebemos alguns vídeos de pessoas fazendo fogueira no Castelinho e em outras trilhas. É um cenário preocupante, por causa de um baloeiro, ou uma pessoa que faz churrasco e fogueira nas trilhas, mesmo sendo uma minoria, podem causar grandes estragos", disse.

Dados do programa Linha Verde, um canal do disque denúncia específico para crimes ambientais no Rio de Janeiro, mostram que a maior parte dos focos de fogo giram em torno de soltura de balões, queima de lixo em quintais e folhas e mato seco com o objetivo de limpeza do terreno. O Linha Verde mostra também que de fevereiro de 2023 a abril de 2024 foram registradas 24 denúncias de incêndios florestais em Petrópolis, com maiores incidências nas regiões de Itaipava, Posse, Vale das videiras, Pedro do Rio, Carangola e Araras.

As queimadas florestais causam danos e massificam o desmatamento das áreas verdes, só em 2022, conforme os dados do MapBiomas, a cidade teve cerca de 335.118 hectares de mata desconfigurados pelo o fogo. As consequências desse ato afetam o bioma e geram complicações climáticas, como, por exemplo, a intensificação das constantes ondas de calor. Muitas pessoas ainda se questionam se uma coisa tem ligação com a outra, a resposta é simples, o clima é influenciado pela vegetação, uma vez extinta, há mudança nas temperaturas. Por isso, especialistas alertam para a necessidade de se preservar o meio ambiente.

Crimes Ambientais

A Lei de Crimes Ambientais, nº 9.605 de 1998, em seu artigo 54, descreve o crime como ato de causar poluição, de qualquer forma, que coloque em risco a saúde humana ou segurança dos animais ou destrua a flora. Um exemplo comum desse tipo de crime é a queimada de lixo doméstico, que emite poluição na forma de fumaça, causa risco de incêndio para as habitações locais, destrói a vegetação e pode causar a morte de animais que ocupem as redondezas. Além disso, há o artigo 41, que fala sobre "provocar incêndio em mata ou floresta", tendo como pena, a reclusão de 2 a 4 anos e multa."

Combate

Para Cláudio Homar, o primeiro passo para resolver o problema neste ano, seria a fiscalização nas trilhas, e a promoção de campanhas de conscientização contra soltura de balões e queimadas florestais.