Por: Gabriel Rattes

Rodoviários da Cascatinha temem demissão em massa

Rodoviários da Cascatinha fazem passeata cobrando respostas da Prefeitura | Foto: Gabriel Rattes

Funcionários da empresa Cascatinha e representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Petrópolis (Sindrodoviários), fizeram uma passeata pelo Centro da cidade na manhã desta quinta-feira (16). A ação se deu após o anúncio de caducidade do contrato da empresa, decretado pela Prefeitura de Petrópolis, às 20h de quarta-feira (15), na Casa dos Conselhos, proibindo a Cascatinha de operar na cidade já na quinta (16). O principal objetivo da manifestação foi a busca de respostas objetivas do prefeito Rubens Bomtempo sobre como serão conduzidos os processos trabalhistas e a garantia de emprego com a mudança nas viações de ônibus. Uma nova reunião está agendada para esta sexta-feira (17) na sede da CPTrans.

Até então, as empresas Cidade das Hortênsias e Turp Transporte estão assumindo emergencialmente as linhas da companhia. "Nós estamos nessa passeata porque inúmeras vezes tentamos diálogo com a Prefeitura, com o Rubens Bomtempo, com o Thiago Damasceno (ex-Presidente da CPTrans) e eles nos garantiram que qualquer medida que fosse tomada em relação às empresas, nós seríamos comunicados, o que não aconteceu", afirmou o presidente do Sindrodoviários, Glauco Paulino, ao Correio.

Manifestação

O ponto de partida da passeata foi a sede do sindicato, às 9h30, e caminharam até a sede da Prefeitura, na Avenida Koeler. Já às 11h50, representantes da Gestão Municipal convidaram sete manifestantes para uma reunião dentro do Palácio Sérgio Fadel. Entre os representantes escolhidos pelos próprios rodoviários, estavam o presidente Glauco Paulino e o funcionário da Cascatinha, Renato Bastos.

Após cerca de duas horas de reunião, Renato Bastos veio a público esclarecer que uma nova reunião foi agendada para às 10h, desta sexta-feira (17), na sede da Companhia Petropolitana de Trânsito e Transportes (CPTrans). "Eles [Prefeitura de Petrópolis] não sabem se a decisão vai ser mantida pela Justiça. Então não conseguem se comprometer com nada hoje, porque a decisão pode cair a qualquer momento. Eles sabem que a Cascatinha está correndo atrás de reverter a situação e da última vez a empresa ganhou. Por isso eles preferem esperar essa decisão ficar mais concreta", afirmou.

A reunião na CPTrans contará também com representantes das duas empresas que assumiram o serviço de forma emergencial, Cidade das Hortênsias e Turp Transporte. Na ocasião, serão passados os dados dos funcionários da Cascatinha para essas duas empresas, para que então haja uma negociação de transferência. "É uma negociação. Só que essa reunião só pode acontecer amanhã (17), porque não se sabe se o juiz vai dar alguma liminar hoje. Esse é o ponto da empregabilidade. A mesma comissão que estava hoje vai amanhã. E vocês presentes lá de fora vão fazer força", enfatizou Renato.

Edital da licitação

Quanto ao edital de licitação, o mesmo segue suspenso pelo Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE). A Corte julga possíveis irregularidades no documento elaborado pela Prefeitura de Petrópolis. "Não existe como não ter mais licitação. Porque o TCE já exigiu na última decisão. Nós estávamos lá como sindicato, e exigimos que fosse feita a licitação. Então ela vai acontecer", afirmou Glauco.

Renato Bastos explica que dentro do Edital existe uma outorga, já aprovada pelo TCE, que estipula um valor mínimo de R$ 4 milhões, destinada ao pagamento das rescisões contratuais. No entanto, permaneceu uma dúvida dentre os demais funcionários pela outorga não ser de responsabilidade da Cascatinha.

"Nós levantamos esse debate na reunião com a Prefeitura. O Procurador do Município que estava presente informou que como as linhas são da Cascatinha, a outorga automaticamente tem que ser para os funcionários da empresa. Mas ele também ficou de revisar o edital e deixar escrito 'Cascatinha' para ficar mais fácil de compreender", explicou Renato.