MPRJ denuncia e obtém prisão de quatro pessoas por extorsão

Anic de Almeida Peixoto Herdy está desaparecida desde o dia 29 de fevereiro de 2024

Por Raphaela Cordeiro

Sede do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) em Petrópolis

Por Raphaela Cordeiro

Anic de Almeida Peixoto Herdy, de 55 anos, está desaparecida desde o dia 29 de fevereiro de 2024. A advogada foi vista pela última vez saindo do estacionamento de um shopping, no Centro de Petrópolis. No dia 14 de maio, o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio da Promotoria de Justiça de Investigação Penal de Petrópolis, denunciou à Justiça quatro pessoas envolvidas no desaparecimento de Anic. A pedido da PIP de Petrópolis, o Juízo da 2ª Vara Criminal da Comarca de Petrópolis decretou as prisões preventivas dos acusados. Os denunciados estão presos.

De acordo com as investigações, o mentor do crime era funcionário da família das vítimas há aproximadamente três anos. Ele teria se aproveitado da confiança que a família tinha em seu trabalho para arquitetar o crime, e contou com o auxílio dos filhos e de uma mulher, com quem mantinha um relacionamento. As investigações apontam ainda que o acusado teria se apresentado como Policial Federal, quando passou a realizar a segurança pessoal da família, tendo inclusive, acesso irrestrito à cartões de créditos e senhas.

A denúncia do MPRJ aponta que o marido da vítima pagou um regate de aproximadamente R$ 4,6 milhões para que a ela fosse libertada, o que não aconteceu. Então a Polícia Civil foi acionada dias depois, somente em 14 de março. Segundo o MPRJ, A ideia de não levar os fatos ao conhecimento das autoridades locais partiu do próprio funcionário das vítimas, retardando o início das investigações. O marido de Anic teria realizado mais de quarenta transferências bancárias por orientação do funcionário e em contas indicadas para a aquisição em dólares do pagamento do resgate.

No dia do pagamento do resgate, o grupo criminoso adquiriu um veículo de luxo, avaliado em RS 500 mil, pagos em espécie. Além do veículo, uma motocicleta e 950 celulares foram adquiridos pelos acusados com o dinheiro obtido ilicitamente.

A linha de investigação da Promotoria de Justiça e da 105ª Delegacia de Polícia aponta para suspeitas de que a vítima sequestrada foi assassinada pelo grupo e teve seu cadáver ocultado. Também há indícios da prática dos crimes de lavagem de dinheiro e evasão de divisas que serão devidamente apurados.

A 105ª DP informou que segue em diligências para localizar a vítima e esclarecer todas as circunstâncias do crime.