Por: Leandra Lima - PETR

Assistência social mais humanizada

A catástrofe socioambiental que aconteceu nos municípios do Rio Grande do Sul despertou uma onda de solidariedade em todo o país. Arrecadação de donativos, roupas, alimentos, utensílios de limpeza e higiene pessoal, água potável, itens de extrema necessidade estão sendo enviados de todo o país para as centenas de vítimas. Em situações como esta do RS, as doações são essenciais em um primeiro momento, mas nos chamam a atenção para refletir sobre um outro ponto: a continuidade das ações.

Depois que a tragédia, conforme vão se passando os meses, o assunto no noticiário muda, e infelizmente a pauta política em torno das vítimas também. Se num primeiro momento, elas contam com a solidariedade de estranhos, neste momento começam a contar com a gestão política de quem elegeram para representá-las nos municípios e estados. Entre as diversas ações propostas pelos governantes como forma de enfrentamento às mudanças climáticas e prevenção de catástrofes se baseiam em propostas estruturais: construção de muros de contenção em encostas, projetos para minimizar inundações e alagamentos... Todas com muita importância, mas e a resposta ao impacto das catástrofes na vida das pessoas, a humanidade?

Exemplificando com Petrópolis, cidade serrana do Rio, em que após a tragédia de 2022, que matou 242 pessoas e depois mais de 3 mil desabrigados, as ações da prefeitura se concentraram em reconstruir a cidade. Dessas famílias diretamente atingidas, muitas ainda dependem de doações de cestas básicas mensalmente, outras de apoio psicossocial. Uma das promessas era a instalação de um banco de alimentos, que até hoje não foi inaugurado. As famílias que hoje precisam de cestas básicas, por exemplo, recorrem a projetos sociais da sociedade civil organizada e das igrejas e templos da cidade. Mais uma vez, é a solidariedade que tem mantido a humanidade e dignidade aos sobreviventes da tragédia.