Por: Leandra Lima

Mais de 5 mil nascidos no HAC em dois anos

Hospital Alcides Carneiro inaugurou ala para gestantes | Foto: Ascom/Petrópolis

O Hospital Municipal Alcides de Carneiro (HAC), em Petrópolis, realizou 5.677 nascimentos entre 2022 e 2024. Os partos que deram origem aos nascidos vivos, foram realizados com duas técnicas que resultaram em 2.884 processos cesarianos e 2.793 partos normais. A maternidade do hospital é uma das maiores da Região Serrana do estado.

Além da realização dos partos, o hospital realizou durante o mesmo período até o primeiro trimestre deste ano 4.590 testes do pezinho em neonatos. Além deste, o neonato também é submetido a outros testes, na unidade foram realizados no início deste ano 28 de linguinha e 148 de orelhinha. Todos os procedimentos informados fazem parte do Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN), através deles é possível identificar anomalias precoces, facilitando o tratamento.

Em relação aos cuidados com as gestantes, o HAC oferece programas de auxílio, recentemente foi inaugurada a 'Casa da Gestante, Bebê e Puérpera Cleiciane da Silva Laurindo' onde será realizado o acompanhamento assistencial pré-natal e puerperal, orientação sobre amamentação e cuidados com o bebê. E também oferecerá um sistema de hospedagem, alimentação e suporte psicológico e social, para mulheres em situação de vulnerabilidade e que possuam uma gravidez de risco. O setor deve abrigar cerca de 18 mulheres nas características descritas.

Ter novas instalações é importante, porém a questão mais relevante é o acolhimento e a humanização na hora dos serviços, que são iniciados desde o pré-natal ao pós-parto. Segundo o Ministério da Saúde, o acolhimento é o aspecto essencial da política de humanização. Esse ponto vem sendo levantado pois, conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), no mundo inteiro, muitas mulheres sofrem abusos, desrespeito e maus-tratos durante o parto nas instituições de saúde.

A doula do Programa Reage Mãe, que atua em defesa da mulher gestante e puérpera, Daniela Freitas, acentua a importância de se ter um atendimento humanizado, desde a gestação, parto e pós-parto. "Uma abordagem mais acolhedora e empática na humanização do atendimento buscando entender as suas dores e necessidades. Hoje temos um cenário mais favorável, às nossas parturientes no setor público, porém precisamos avançar mais, precisamos inclusive do fortalecimento da educação perinatal. A questão não é criar uma coisa nova, é melhorar a qualidade disso, a compreensão, a sensibilidade, a disponibilidade para ir além de exames. Mulheres têm que ter acesso ao pré natal de qualidade tendo seus direitos de exames garantidos por lei, a educação perinatal fortalecida oferecendo informações de qualidade sobre seu parto e os direitos das gestantes. Ter o direito de um puerpério assistido com qualidade, acesso aos profissionais quando solicitado como psicólogo. Isso já seria quase o ideal", ressaltou.