Por: Leandra Lima

Museu Imperial pode ser afetado com corte na Cultura

Museu Imperial em Petrópolis é o ponto turístico mais visitado na cidade | Foto: Thiago Alvarez

Os 27 museus administrados pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), em nove estados do Brasil, podem sofrer prejuízos nas operações de funcionamento, por conta do corte de verbas do Governo Federal, após ajustes no planejamento orçamentário, realizado no dia 8 de março de 2024. Isso, representou o cancelamento de R$ 17 milhões, que seriam destinados ao Instituto. Dos museus administrados pelo o Ibram, 12 ficam no Estado do Rio de Janeiro, alguns na capital como, por exemplo, o Museu da República, e outros nos municípios, como Petrópolis, onde o Museu Imperial fica instalado.

Os problemas mais comuns que podem acontecer por conta da redução dos recursos, são referentes a manutenção dos espaços, implicando nos serviços básicos de limpeza, vigilância, podendo contribuir até mesmo para a suspensão das atividades. Apesar da situação, o Ibram informou ao Correio, por meio de nota, que não tem previsão de fechamento de nenhum de seus museus. "O Instituto subsidiou o Ministério da Cultura, com notas técnicas, estudos e projeções de possibilidades, sempre com a preocupação de manter os postos de trabalho e nossos museus abertos, com o mínimo impacto da prestação de nossos serviços à sociedade e cumprimento de nossa função social", ressaltou.

Corte

Antes da suspensão dos recursos, o instituto tinha planejado para 2024 um orçamento de R$ 106.421,96, tendo um corte no valor de R$ 10 milhões, promovido pelo Congresso Nacional, durante a votação da 'Lei Orçamentária de 2024', que deixou o Ibram com uma verba de R$ 96.237.228. A consequência do ato foi os ajustes no planejamento orçamentário, feitos pela União, que representaram o cancelamento de R$ 17 milhões, deixando o Instituto com um orçamento global de R$ 79.170.464.

Preservação da História

A situação levantou uma preocupação sobre a preservação da história, já que os museus exercem um papel fundamental no resgate das memórias, e é uma das instituições que promovem o acesso e a democratização da arte às crianças e adolescentes, por meio de atividades que propõem visitação coletiva e outros instrumentos. Em Petrópolis, segundo dados da Secretaria Municipal de Turismo, quase 4 mil alunos de unidades públicas municipais visitaram o Museu Imperial, somente no primeiro semestre do ano passado.

O papel social dos equipamentos pode ser descrito através dos estudos do Conselho Internacional de Museus Brasil (ICOM Brasil), que definiu que "um museu é uma instituição permanente, sem fins lucrativos e ao serviço da sociedade que pesquisa, coleciona, conserva, interpreta e expõe o patrimônio material e imaterial. Abertos ao público, acessíveis e inclusivos, os museus fomentam a diversidade e a sustentabilidade. Com a participação das comunidades, os museus funcionam e comunicam de forma ética e profissional, proporcionando experiências diversas para educação, fruição, reflexão e partilha de conhecimentos".

Impacto

Além de colocar em xeque o acesso à cultura, a situação pode impactar diretamente o turismo regional, muitas cidades têm os museus como ponto turístico principal. Em Petrópolis, o vereador Hingo Hammes(PP), se prontificou a ir a Brasília durante esta semana, buscar recursos para o Museu Imperial, o ponto turístico mais visitado da cidade. "Estamos bastante preocupados em como essa redução de orçamento vai impactar no funcionamento do museu. Não podemos permitir que a cultura e o turismo da cidade sofram nenhum tipo de impacto. Ele é um dos nossos principais pontos turísticos. Muitos visitantes escolhem o município como destino para conhecer o Museu Imperial", disse.

Recursos

Através da ação conjunta, o Instituto Brasileiro de Museus anunciou que o Ministério da Cultura conseguiu um acordo com a área econômica do governo para recompor uma parte dos recursos que foram bloqueados.