Por Gabriel Rattes
Moradores e produtores agrícolas do Brejal, na Posse, reclamam sobre as condições precárias de uma das principais vias da região, a estrada Arnaldo Dickenhoff. Após a liberação de emenda parlamentar do senador Carlos Portinho, em 2023, a Prefeitura de Petrópolis anunciou um convênio com a Caixa Econômica Federal, para o asfaltamento de mais de quatro quilômetros da estrada. Já nesse ano de 2024, o município divulgou o edital da licitação de realização da obra, no valor de R$ 8,5 milhões e com uma duração de seis meses. Entretanto, o pregão foi suspenso no dia 25 de junho pela Secretaria Municipal de Obras e anulado nesta terça-feira (02) conforme orientação da Caixa.
O presidente da associação de moradores do Brejal, Flávio Gonçalves de Mello, afirma que as estradas estão em situações precárias há muito tempo. "Esse processo de licitação vem desde o fim do ano passado e até agora nada de começar a obra. Uma hora a Prefeitura fala que faltou documento por parte da engenharia, outra hora a Caixa alega que os proprietários dos terrenos devem assinar um termo para os bueiros passarem. Agora saiu a licitação da pavimentação e a Prefeitura a cancelou. A gente quer buscar respostas sobre o motivo de tudo isso estar acontecendo e nada do asfalto", enfatizou.
A via é um dos principais meios de ligação entre os grandes produtores agrícolas da região e o principal Centro de Distribuição (CEASA-RJ) do Estado. Segundo Flávio, na região há cerca de 4 mil moradores diretamente afetados pelas condições das estradas. "Quando chove, dá muita lama e muito buraco. Por lá ser uma produção muito grande de hortaliças, atrapalha o escoamento da carga que desce para o CEASA-RJ. Caminhões ficam atolados, a manutenção das molas e a suspensão dos veículos é frequente por conta dos buracos", disse Flávio.
Em 2018, Petrópolis conquistou o título de "Capital Estadual dos Produtos Orgânicos", um dos principais motivos são os produtores do Brejal. No entanto, segundo Flávio, o descaso com a região ainda permanece. "Quando acaba o período de chuva, eles passam a máquina e fazem aquele paliativo. Só que com isso vem a poeira, há casas perto da estrada. Carros escolares ficam completamente sujos de poeira e as crianças começam a ter problemas respiratórios. O que irá resolver para a gente é o asfalto, por isso estamos correndo atrás em busca de informação", completou.
Flávio ainda conta que juntou um grupo de oito pessoas para buscar explicações com o prefeito Rubens Bomtempo. "Quando chegamos, o prefeito não estava lá. Logo em seguida, Rubens ligou para um dos nossos e disse que não seria possível fazer o asfalto antes das eleições, mas não sinalizou o porquê, essa resposta a gente ainda busca", afirmou.
Procurada, a Caixa Econômica afirmou que analisou e aceitou os projetos para realização das intervenções na Estrada Arnaldo Dickenhoff no dia 25 de junho deste ano e que atualmente, o banco aguarda o envio dos documentos licitatórios para análise. "Não compete à CAIXA a condução ou realização do processo licitatório, sendo de sua responsabilidade apenas a constatação da realização ao seu término para fins de liberação dos recursos previstos", afirmou.
Nesta quinta-feira (04), após não responder aos questionamentos dos moradores, tão pouco aos pedidos de resposta do Correio, a Prefeitura anunciou, por meio de uma nota, que o processo licitatório será realizado no dia 26 de agosto. De acordo com a Gestão, o Edital foi suspenso e anulado em função de exigências de documentação pela Caixa Econômica Federal, pelo fato de a obra envolver um terreno particular, e que agora foram atendidas.
