Por: Redação

Fórum de Ideias vai reunir Conceição Evaristo, Muniz Sodré e Jeferson Tenório

Conceição Evaristo abre conferência no domingo (21) | Foto: @alnereis/ Flipetrópolis

Maior evento multilinguagem do país, o Festival Sesc de Inverno 2024 vai promover o Fórum de Ideias, voltado a provocar reflexão, debate e conversa sobre os rumos da arte, cultura e educação no país, com nomes como Conceição Evaristo, Nilma Lino Gomes, Jeferson Tenório e Muniz Sodré. O evento vai acontecer nos dias 20 e 21 de julho, no Café Concerto do Centro Cultural Sesc Quitandinha (CCSQ), em Petrópolis. A entrada é gratuita. A inscrição prévia deverá ser feita por meio de formulário disponível no site do Sesc.

O verso "Nenhum Brasil existe. E acaso existirão os brasileiros?", última linha do poema Hino Nacional, de Carlos Drummond de Andrade, será o dispositivo para as rodas de conversas. O desejo é criar um contraponto com o tema desta edição do festival, "Coisas do Brasil", trazendo para o centro da conversa diferentes modos de existência e pensamento, no desejo de criar espaços de partilha a partir das diferenças que formam a geografia brasileira, sobretudo a geografia dos afetos.

A abertura do Fórum de Ideias acontece no dia 20, às 11h, com a conferência do sociólogo, professor e jornalista Muniz Sodré, que abordará o tema "O que é a identidade brasileira?". Na sequência, acontecem os paineis da escritora e professora Bárbara Carine, idealizadora da primeira escola afro-brasileira do Brasil, com o assunto "A educação como via de superação do racismo estrutural", e da professora da Universidade Federal de Minas Gerais e ex-ministra da Igualdade Racial, Nilma Lino Gomes, com o tema "Negritude e corporeidade negra", às 14h; e da escritora e coordenadora do Museu da Diversidade Sexual, Amara Moira, com "Manifesto por um Brasil transviado", e do escritor Jeferson Tenório, que conquistou o Prêmio Jabuti com o livro "O Avesso da Pele", com "Literatura e liberdade: os desafios da ficção brasileira na contemporaneidade", às 16h. Já às 18h será a vez do coquetel de lançamento da segunda edição da revista de artes "Paquetá". Tanto a conferência quanto os paineis serão mediados por Bianca Santana, jornalista e doutora em ciência da informação, autora de "Quando me descobri negra" e "Continuo preta: a vida de Sueli Carneiro".

E no dia 21, às 16h, o público poderá assistir à conferência com a escritora e pesquisadora Conceição Evaristo com a abordagem "Tecido pelas Escrevivências, um outro Brasil", seguida de reflexão e debate com a jornalista Flávia Oliveira. Antes disso, acontecem os painéis da escritora e psicóloga Geni Núñez sobre "Outros mundos possíveis", e da crítica literária e curadora da Supersônica Livros, de audiolivros, Maria Stockler Carvalhosa, com o tema "Fecha a luz", às 11h; e da escritora Cidinha da Silva sobre "Das alianças entre os povos originários e as pessoas negras", e do compositor, cantor, multiartista e professor Tiganá Santana com o tema "A que serve ser brasileiro?", às 14h, todos conduzidos por Bianca Santana.

Neste ano, a programação literária Festival Sesc de Inverno vai dar força a temas como brasilidade e pessoas negras. Uma das novidades é a volta do projeto Boca Suja, no qual poemas de grandes nomes da poesia nacional são impressos em guardanapos e distribuídos durante a programação do evento. Em 2024, a homenageada é a poetisa e escritora de obras infantojuvenis Roseana Murray, que recentemente se recuperou de um episódio de violência em Saquarema e está pronta para continuar presenteando os leitores com muitas histórias. "Viver é o milagre que nos guia" é uma das frases escritas pela autora em suas redes sociais.

O 22º Festival Sesc de Inverno se aproxima e traz, neste ano, uma pluralidade de exposições, intervenções e oficinas de 12 a 28 de julho, em 24 localidades do estado do Rio de Janeiro - a maior edição de todos os tempos. Baseado na multiplicidade do Brasil, o conceito do evento busca resumir, a partir do acróstico "P-L-U-R-A-L" (P, de povos, L, de lugares, U, de união, R, de raízes, A, de artes e L, de linguagens) toda a riqueza cultural existente no país por meio de recortes artísticos em suas principais vertentes: cênica, visual, literária, musical e audiovisual.