15° edição do Festival BUNKA-SAI começa nesta quinta-feira

Festival celebra a cultura japonesa e a ligação do país com Petrópolis

Por Leandra Lima

Bunka-Sai Petrópolis

A 15° edição do Bunka-Sai, festival da cultura japonesa de Petrópolis, começa nesta quinta-feira, 15 de agosto, no Palácio de Cristal, no Centro Histórico. O local será a sede de todo o evento gratuito e aberto ao público, a programação segue até o domingo (18). O festival celebra a cultura japonesa, os feitos dos primeiros imigrantes japoneses que vieram para a cidade em 1897, e também busca despertar o interesse das pessoas para conhecerem os costumes, a gastronomia, e outros diversos aspectos da comunidade. O Bunka-Sai é promovido pela Associação Nikkei de Petrópolis, com o apoio da Prefeitura Municipal.

Este ano, o festival contará com cerca de 50 atrações, compostas por oficinas culturais, teatro, música, shows tradicionais, demonstração de artes marciais, comidas típicas que estarão em barraquinhas, entre outras atividades. Nesta quinta, o Bunka-Sai começa às 16h, com o funcionamento das barraquinhas de comida e objetos, já as 18:45h, as primeiras atrações ganham forma com a apresentação de canções japonesas, e logo em seguida às 19h acontece a abertura oficial do festival. O evento termina à meia noite. A partir da sexta-feira a programação começa às 10h, e encerra à meia noite, com exceção de domingo que acaba às 22h.

Detalhes das atrações podem ser acessados no site: (https://web2.petropolis.rj.gov.br/bunka-sai/a-festa/) e no Instagram oficial da festa: @Bunka-Sai.

Expectativas

O Correio conversou com a vice-presidente da Associação Nikkei de Petrópolis, Kathia Yukie Yamamoto, sobre as expectativas para esta edição da festa. No bate-papo ela demonstrou entusiasmo e espera que o evento atraia muitas pessoas e turistas. "Nossa expectativa para esse festival é que apareçam mais e mais pessoas. Todo ano é assim, queremos aumentar cada vez mais os amantes da cultura japonesa. Através das apresentações de taiko, de shows de músicas, do bodori, que é a dança folclórica do Japão, através das oficinas de origami, língua japonesa, mangá, entre outras. E é claro, a culinária também, que é muito importante. A gente sempre pede para os restaurantes seguirem à risca com comida típica mesmo", enfatizou.

O Bunka-Sai

O festival surgiu em 2008, quando foi comemorado o centenário de imigração japonesa no Brasil. Com isso Kiyoshi Ami, atual presidente do Nikkei, foi incumbido de pegar algumas informações dos primeiros imigrantes japoneses, que residiam na cidade de Petrópolis. Através de seus levantamentos, os descendentes dessas famílias começaram a descobrir diversos aspectos dos antepassados antes nunca vistos. Uma das pessoas que descobriu mais informações e curiosidades da família, foi Kathia Yukie Yamamoto, quando foi passado a ela que os ancestrais foram uma das três primeiras famílias japonesas, a fixar residência em Petrópolis.

A partir da revelação, Yukei resolveu prestar uma homenagem a eles, assim procurou a Câmara Municipal, para ver se conseguiria um espaço que serviria de sede para uma exposição de origami, técnica de dobrar o papel, presente na cultura japonesa. "Fui até um vereador para ver se ele me emprestava um local para fazer uma exposição de origami, alguma coisa assim, porque eu faço origami, que é a técnica de dobrar o papel. E aí ele achou uma ideia muito boa, levou para o prefeito na época, e o mesmo falou que como era a comemoração do centenário da imigração japonesa, era preciso fazer algo maior, e nos sugeriu organizar um festival. E aí nós fizemos, no Palácio de Cristal, em 2008, um "Nippon Matsuri". No ano seguinte nos foi proposto repetir a atividade, porém não fazia sentido ficar comemorando 101, 102 anos, e então surgiu o Bunka-Sai, que significa festival de cultura. Depois disso, a partir de 2009 nós estamos aí todos os anos", relatou Kathia Yukie Yamamoto.

Além de celebrar a cultura, o Bunka-Sai retrata a conexão do Japão com Petrópolis, segundo Kathia, a relação entre Petrópolis e Japão é de vital importância para a imigração japonesa. "Em 1897, chegou no Rio de Janeiro a primeira comitiva enviada para o Brasil para ver se aqui era um país favorável a imigração. Essa comitiva veio para Petrópolis e ela ficou ali na Avenida 7 de Abril, que é a atual pousada Dom. Vindo para a cidade, os japoneses viram que o ambiente era livre de pragas e infestações, como as outras regiões naquela época e assim escolheram aqui, isso mudou todo o movimento, pois após o feito, imigrantes e outras nações passaram a frequentar Petrópolis', contou.