Por: Leandra Lima

Homenagem ao grupo teatral 'Povo do Cafundó' encerra em setembro

Apresentação da peça Casa de Margaridas | Foto: Divulgação

Por Leandra Lima

Os palcos dos teatros são considerados por muitos como um santuário sagrado, a sala de ensaio é a segunda casa e a entrega na cena é a concretização da matéria. Segundo o dramaturgo Zé Celso, o teatro é a matéria em movimento, ele em si é o poder da intervenção humana.

Transmitir as emoções através de tópicos que cercam a vida de toda a sociedade, ou simplesmente emocionar com o lúdico de uma história infantil, é o trabalho do ator, que enxerga na arte, uma fábrica de sonhos onde cada nova partida se transforma em um novo personagem. Muitos dizem que uma vez que prova o fazer teatral, é impossível largá-lo, essa persistência deixa tudo mais prazeroso. E é com esse gostinho que o grupo teatral "Povo do Cafundó" encerra a celebração dos 25 anos de existência, no dia 15 de setembro, em Petrópolis.

O grupo está na estrada desde de 1999, e já reuniu nesse tempo uma gama de artistas e grupos petropolitanos. Na caminhada, o Povo do Cafundó, apresentou espetáculos adultos e infantis, realizaram contações de histórias e duas mostras de teatro em Petrópolis. E agora, pensando em celebrar a trajetória, a trupe lançou a "Mostra 25 anos do Povo do Cafundó", que iniciou em 25 de agosto.

Segundo a produtora Simone Gonçalves, o evento é uma homenagem aos artistas que fazem parte do grupo, que hoje conta com oito atores fixos, e também aos que já fizeram parte, além de abrigar todos que queiram trocar. "É uma comemoração. Para o grupo, esse movimento é muito importante, pois marca sua trajetória, história e comprometimento com o fazer teatral, na nossa cidade", disse.

A companhia é conhecida por dar espaços a artistas, pois faz um intercâmbio entre as gerações que se conectam através da arte. Além disso, procuram retratar questões sociais como o racismo, o poder de fala das mulheres e a força da ancestralidade. Neste 15 de setembro, esse recorte está explícito na programação, que traz a peça "Casa de Margaridas", que retrata a vida de Stella do Patrocínio, uma mulher negra que foi trancada em um hospício, sem a possibilidade de sair e também toca no silenciamento das vozes de todas mulheres oprimidas pelo o sistema opressor brasileiro. O espetáculo vem como uma destrava, um grito, que devolve a voz a todas aquelas que desejam falar e se expressar. A montagem é composta pelas atrizes Simone Gonçalves e Cleonice Fernandes.

Todo o projeto do grupo é patrocinado pelo Fundo Municipal de Cultura, por meio do edital Alan Sask. As intervenções vão acontecer no Centro de Cultura Raul de Leoni a partir das 15h, a Casa de Margaridas, será apresentada especificamente, às 19h30.