Por: Leandra Lima

Passageiros enfrentam dificuldades com o transporte público

Terminal Rodoviário Centro de Petrópolis | Foto: Leandra Lima

Em Petrópolis, desde sexta-feira (6), os passageiros que utilizam as linhas da Petro Ita, vêm enfrentando problemas, a contar do momento da paralisação dos rodoviários, onde realizaram uma mobilização drástica, estacionando os coletivos dentro do Terminal Rodoviário do Centro e nas ruas ao entorno. A ação se deu por conta do descumprimento do acordo de regularização dos salários atrasados, previsto para o dia 05 de setembro, feito com a Empresa de transportes. Com a articulação, os passageiros foram pegos de surpresa, e se viram sem ônibus, o que causou transtornos, estudantes perderam aula e muitas pessoas tiveram que ir caminhando a pé para o trabalho.

Vera Silva, moradora do Siméria, e sua família, foram um dos grupos afetados com a falta de ônibus. Ela conta que teve que ir andando, do bairro onde mora até a região do Valparaíso, para chegar no trabalho, o mesmo aconteceu no sábado (7). “Tive de ir a pé para o trabalho na sexta e sábado, dei sorte que quase na metade do caminho, minha patroa me pegou de carro. Foi muito tumultuoso ficar sem ônibus, minha mãe tinha que receber na sexta e não conseguiu, meu filho também perdeu aula assim como outras crianças”, relatou.

Mariana da Glória, moradora do Sargento Boeing, também sofreu um impacto na rotina. “Saí de manhã pra fazer o exame médico importante, que estava marcado para às 11h15. Cheguei no ponto, e não tinha nenhum ônibus, fiquei de 10h30 às 11h sem. Tive que chamar um transporte de aplicativo e quando o carro chegou, o motorista falou que estava tudo parado, porque a Petro Ita parou, foi horrível porque estava tudo engarrafado. Foi muito caótico, tanto para ir e para voltar, peguei um carro de aplicativo, no trajeto vi muitos moradores subindo e descendo o bairro a pé com crianças”, disse.

As narrativas mostradas acima são uma parcela do que foi vivido pela população sem os coletivos. Com o escalonamento da situação, o prefeito Rubens Bomtempo autorizou que outras empresas assumissem as rotas da Petro Ita, enquanto ela não regulariza o pagamento dos rodoviários. E assim as linhas operadas pela Viação Petro Ita nas regiões do Quitandinha, Duques, Independência, Valparaíso, São Sebastião, Siméria, Capitão Paladini, Olga Castrioto e Santa Isabel passaram a ser operadas por outras empresas de ônibus de forma emergencial.

Sendo elas: Cidade Real, que passou a circular de forma total na região do Meio da Serra, Morin e Alto da Serra, por conta de uma determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), que saiu na sexta-feira (6), antes da decisão, a Petro Ita ainda estava rodando; e também a Turp e a Cidade das Hortênsias. Cada uma se dispôs a atender as localidades conforme disponibilidade dos coletivos.

Mudança

Com a mudança, a Cidade Real passou a circular nas regiões do Independência, Taquara, São Sebastião, Siméria e Santa Isabel. Além das que estavam habituadas a circular.
Já a Turp está circulando no Espírito Santo, Rio de Janeiro, Amazonas, Duques, Dr. Thouzet, Valparaíso, Honduras, Gulf e Venezuela. E a Cidade das Hortênsias, atende as localidades, Getúlio Vargas, Valparaíso e Comunidade Oswaldo Cruz.

Outra opção, que passou a ser oferecida nesta segunda-feira (9), de forma gratuita, de acordo com a Prefeitura Municipal, são as vans que sobem e descem, na Rua Lopes de Castro/Joaquim Gomensoro, no Olga Castrioto, Vital Brasil, Capitão Paladini, Tancredo Neves e na Rua Alagoas/Ipanema.

Em meio à nova configuração, Vera Silva, que é moradora do Siméria ressalta que a qualidade dos ônibus está muito melhor e que não há comparação com o da Petro Ita. Segundo ela, os ônibus ainda estão se ajustando aos horários, fazendo por enquanto cada viagem em um intervalo de 40 minutos. “Acho que está assim o horário por conta de não ter tantos ônibus pra colocar, vamos esperar para ver como vai ser daqui para frente. Espero que não regressem para trás agora que temos um transporte de qualidade. A Petro Ita não tem mais credibilidade”, enfatizou.

Rodoviários mantêm a paralisação

Conforme a última atualização do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários, os trabalhadores da Petro Ita continuam em paralisação sem data prevista para retorno das atividades. Em nota, o Sindicato informou que na manhã desta segunda-feira (9), ocorreu uma reunião envolvendo a equipe e diretoria da empresa para discutir os desdobramentos da paralisação. Durante o encontro, foi acordado que, após o pagamento devido à empresa pela Prefeitura de Petrópolis, o vale-educação, previsto para o dia 15 de setembro, a Petro Ita se compromete a regularizar os salários que deveriam ter sido pagos no quinto dia útil do mês.

Como os coletivos estão funcionando de forma emergencial, a reportagem entrou em contato com a prefeitura para saber qual será a postura daqui para frente em relação a fixar uma frota que consiga atender todas as regiões de forma assertiva, porém não recebemos um posicionamento até o final desta edição.