Na reta final para as eleições do próximo prefeito de Petrópolis, o Instituto TJNS - Todos Juntos Ninguém Sozinho, à frente de movimentos com foco no combate ao racismo ambiental e em prol da justiça climática na Região Serrana do Rio, lançou uma Carta de Compromisso dirigida aos candidatos, apresentando propostas em conjunto com diversas organizações da sociedade civil, indicando ações essenciais para proteger e melhorar a qualidade de vida dos petropolitanos.
Com questões voltadas para a justiça social, ambiental e climática, o documento expõe a necessidade de medidas urgentes, para que os números de pessoas impactadas por tragédias, como em 2022, possam ser reduzidos e a segurança das famílias seja o principal objetivo. "Não podemos mais esperar. Petrópolis precisa de líderes que compreendam a gravidade dos desafios que enfrentamos e que estejam dispostos a agir com coragem e responsabilidade. As propostas que apresentamos são fruto de um trabalho conjunto com a comunidade e especialistas, e visam garantir não apenas a segurança e resiliência de nossa cidade, mas também promover uma justiça social verdadeira, onde ninguém é deixado para trás", destaca Pamela Mércia, presidente do Instituto TJNS.
Entre as ações estão programas específicos para a inserção das vítimas de tragédias climáticas no mercado de trabalho, especialmente mulheres chefes de família, acesso facilitado a creches e escolas em tempo integral, e a criação de um programa de renda básica de emergência para famílias afetadas por desastres. Além disso, o Instituto propõe a criação de uma Secretaria de Meio Ambiente e Mudança do Clima, que será responsável por desenvolver planos de resiliência e buscar financiamentos para projetos de adaptação e segurança.
"Foi uma generosa e importante articulação do TJNS construir uma carta-compromisso que destaque as questões climáticas, desastres e racismo ambiental na cidade e construa a correção e colaboração com mais organizações da sociedade civil. Estes e outros temas estão compondo o caderno de políticas públicas que o CDDH constroi com as comunidades e participantes dos projetos. Iniciativas de construção coletiva e compromisso político precisam ser sempre muito valorizadas", comenta a Coordenadora do Centro de Defesa dos Direitos Humanos (CDDH), Carla de Carvalho.
A carta também enfatiza a importância de fortalecer as redes de apoio psicossocial nas comunidades, de forma a oferecer atendimento psicológico e grupos de apoio para vítimas de desastres, tendo esta rede como algo permanente, como política pública e não pontualmente a ser estabelecido a partir do momento de necessidade. Para isso, o objetivo é ter critérios e metodologia já estabelecida e organizada para atuação imediata e contínua dentro da necessidade de cada pessoa atingida.
"A saúde mental de pessoas que vivenciam uma situação de desastres é uma preocupação significativa, pois eventos potencialmente traumáticos podem causar impactos profundos e duradouros no bem-estar psicológico, como ansiedade, depressão e transtorno de estresse pós-traumático, que podem comprometer sua capacidade de recuperação e adaptação a novas realidades. Fortalecer as redes de apoio psicossocial nas comunidades é essencial para mitigar esses efeitos, oferecendo suporte emocional e psicológico, proporcionando um espaço seguro para que as vítimas compartilhem suas experiências e encontrem solidariedade. Para que essas redes sejam eficazes, é necessário capacitar profissionais, como psicólogos e assistentes sociais, e integrá-los aos sistemas de saúde pública e serviços de emergência. Além disso, é fundamental promover a conscientização sobre a importância do apoio psicossocial, reduzindo o estigma associado à busca por ajuda", pontua a especialista em emergências e desastres, Ariel Pontes.
O documento será apresentado aos candidatos Rubens Bomtempo (PSB), Yuri Moura (PSOL), Hingo Hammes (PP), Eduardo do Blog (REPUBLICANOS) e Doutor Santoro (NOVO), para que leiam e assinem a Carta de Compromisso. "Esperamos que todos os candidatos não apenas assinem, mas se comprometam realmente a tentar implementar algumas dessas propostas. Petrópolis não pode mais ser palco de tragédias evitáveis. É nosso dever garantir um futuro melhor para nossos cidadãos," conclui Pamela Mércia.