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Inovação: O trabalho de restauração de peças sintéticas

| Foto: Divulgação

Como um escultor que dá nova vida a materiais descartados, Sebastião Baltar transforma peças anatômicas em ferramentas didáticas aprimoradas, criando um impacto que vai além da sala de aula e oferece aos alunos uma formação mais completa e interativa. O trabalho inovador e sustentável tem chamado a atenção de alunos e professores. Sebastião, fisioterapeuta e auxiliar técnico do laboratório de anatomia humana da Estácio Petrópolis, desenvolveu um método único de restauração e aprimoramento de peças anatômicas sintéticas e cadavéricas, tornando-as mais detalhadas e didáticas para o ensino.

Ele iniciou esse projeto ainda como estudante e monitor, quando percebeu as dificuldades que os alunos enfrentam para compreender a anatomia com as peças disponíveis. Inspirado por essa necessidade, ele começou a restaurar e aperfeiçoar os modelos sintéticos e cadavéricos, aplicando técnicas inovadoras e materiais recicláveis.

"Comecei a pintar os ossos do crânio para facilitar a identificação por parte dos alunos. Com o tempo, fui aprimorando as peças e inserindo novos elementos, como ligamentos feitos com fios de pano de chão e cola especial, além de utilizar materiais como PVC e fios de cabo de rede para reproduzir estruturas arteriais", explica Sebastião.

Seu trabalho não apenas melhora a qualidade do ensino, mas também reforça a sustentabilidade ao reaproveitar materiais que seriam descartados. "Ele e um artista. Além da reutilização, transforma as peças de forma que todos se impressionam com o nível de detalhes e realismo. Ele até adicionou imãs para que os professores possam interagir melhor com os alunos na identificação de artérias", destaca Claudia Lomba, coordenadora do curso de Fisioterapia da Estácio Petrópolis.

A inovação também se estende a restauração de peças cadavéricas, permitindo um melhor aproveitamento dos materiais para o aprendizado. Além disso, Sebastião criou um manual explicativo das peças, auxiliando ainda mais na assimilação do conteúdo.

A iniciativa tem recebido inúmeros elogios por proporcionar uma experiência de aprendizado mais dinâmica e acessível. "Cada aluno tem um estilo diferente de aprendizagem. Alguns preferem áudio, outros desenhos, mas poder tocar e visualizar as peças restauradas facilita muito a fixação do conhecimento", comenta Sebastião.