Em audiência, OAB Petrópolis pede fim da concessão da Enel RJ

Por Gabriel Rattes

Audiência na Câmara Municipal discute serviços da Enel

Por Gabriel Rattes

Durante audiência pública, realizada na Câmara Municipal de Petrópolis, nesta segunda-feira (04), a representante da corregedoria da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a advogada Denise Nunes, afirmou que a organização quer que a Enel perca efetivamente a concessão de serviços no município. "Uma vez que a empresa Enel já não apresenta condição de estar funcionando aqui no município como uma concessionária de serviço essencial, a concessão dela tem que ser cancelada. A empresa pensa muito em arrecadar, mas não vem honrando o cumprimento do contrato de concessão", disse a advogada.

"A Ordem dos Advogados do Brasil está aguardando uma posição dessa Casa, dessa reunião, pois já estamos com estratégias formadas, com atitudes a serem tomadas para que a empresa Enel perca efetivamente a concessão de serviços daqui", afirmou Nunes.

Aumento do efetivo durante o verão

O presidente da Câmara Municipal, vereador Júnior Coruja, fez duras críticas à concessionária de energia Enel Distribuição Rio sobre a prestação de serviços em Petrópolis durante a audiência. Ao lado de outros vereadores e de representantes da sociedade civil, enumerou alguns dos principais problemas e afirmou que vai pedir apoio ao Ministério Público para buscar, na Justiça, o aumento no efetivo da empresa durante o verão, assim como melhorias na infraestrutura para o atendimento das demandas da população.

Júnior Coruja apontou a falta de poda preventiva das árvores, as dificuldades para contato com a empresa para registro de reclamações e a falta de estrutura (de equipamentos, veículos e pessoal) para a resposta após as chuvas como alguns dos principais gargalos. "Não são problemas novos. Há muito tempo discutimos a necessidade de melhorias na prestação dos serviços, inclusive por meio de audiências públicas aqui mesmo na Câmara Municipal e também em Brasília. Agora, vamos recorrer ao Poder Judiciário. Não vamos admitir que a população seja tratada desta maneira. O que percebemos é que não há, de fato, plano eficaz para atendimento de urgências. A solução é trazer efetivo de outros municípios. Hoje, mesmo sem chuva, claramente há dificuldade das equipes para atender as demandas", analisou.

Ao serem questionados sobre a infraestrutura disponível para atendimento na cidade, os representantes da Enel presentes no encontro, Rodrigo Luiz de Almeida, responsável operacional, e Andrea Camara, diretora de relações institucionais, responderam que a Enel tem capacidade para chegar, na cidade, a 61 equipes atuando simultaneamente, cada uma com 2 a 7 integrantes.

Para Coruja, a quantidade de reclamações evidencia que este número é insuficiente. "A alternativa que apresentam é usar efetivo de outros municípios do entorno, mas isso não é solução", lamentou.