Petropolitanas: Pesquisa da UERJ aponta solução para inundações

No ano passado, após as tragédias, algumas iniciativas tentaram criar projetos para minimizar as inundações, mas nenhuma começou a ser implantada.

Por POR LUANA MOTTA

Rua do Imperador durante a enchente do dia 15/02

Pesquisa da UERJ aponta solução para inundações

Uma pesquisa da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) avaliou que, caso fossem implementadas, as estratégias de Soluções baseadas na Natureza (SbN), projetadas pelo Instituto Estadual do Meio Ambiente (Inea), poderiam reduzir o risco de enchentes no estado do Rio de Janeiro, com aumento de até 57% na quantidade de água que pode ser absorvida pelo solo - o que permitiria a retenção de até quase 200 milhões de metros cúbicos a mais de chuva no solo.

A solução consiste basicamente no reflorestamento de áreas estratégicas que ajudam a absorver a água da chuva. A pesquisa se baseia em todo o Estado, mas em Petrópolis, por exemplo, não há nenhum tipo de área que faça esse trabalho natural. No ano passado, após as tragédias, algumas iniciativas tentaram criar projetos para minimizar as inundações, mas nenhuma começou a ser implantada.

Para a professora Aliny Pires, do Departamento de Ecologia e coordenadora do Laboratório de Ecologia e Conservação de Ecossistemas (Lece), do Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes (Ibrag) da Uerj, além de desafios técnicos, há uma falta de entendimento sobre o conceito de SbN, mas um dos principais entraves para sua implementação é político, pois os resultados e benefícios dessa abordagem costumam ser de médio a longo prazo.

"Os políticos pensam em um ciclo de quatro anos, de investir para ter retorno neste prazo. É necessário a mobilização popular neste esforço, mas para isso precisamos difundir com mais clareza o potencial das Soluções baseadas na Natureza. Assim, os eleitores poderão cobrar dos seus candidatos sobre os planos de implementação das SbN para conquistar a segurança hídrica, alimentar, climática e social", afirma.