Por: Wellington Daniel

Petrópolis: surto de dengue se concentra nos distritos

Medidas para combater o mosquito da dengue envolvem fiscalização de água parada | Foto: Divulgação

Petrópolis já registrou 130 casos prováveis de dengue em janeiro de 2024, segundo dados do Ministério da Saúde. Este número já supera em 17,12% o total de registros de todo o ano de 2023, quando foram 111 casos. Apesar disso, a cidade ainda não foi incluída na listagem de municípios que devem receber a vacina contra a doença, a QDenga.

Segundo o médico infectologista e professor da Faculdade de Medicina de Petrópolis (Unifase/FMP), Luís Arnaldo Magdalena, a situação é crítica principalmente nas regiões de Corrêas, Nogueira e Itaipava. "Temos observado, sim, um aumento importante no número de casos no nosso município, inclusive, gerando hospitalizações", disse.

Os dados de fevereiro ainda não estavam disponíveis no portal do Ministério de Saúde até o fechamento desta reportagem. O médico infectologista, no entanto, alerta que os casos podem subir nas próximas semanas. "Principalmente por conta de chuva e temperaturas elevadas, o que facilita a transmissão do mosquito transmissor", explicou.

Sintomas

O médico também alerta para os sintomas da doença. O paciente apresenta febre alta, acima de 38°C, por um período que costuma variar entre três a cinco dias. Também apresenta dores de cabeça, no corpo e nas juntas. Os casos também podem apresentar manchas vermelhas pelo corpo.

Em casos mais graves, a pessoa infectada pode apresentar dor na barriga de forte intensidade, vômito, desmaio, pressão baixa e sangramento pela boca, ao evacuar e/ou ao urinar.

"Quando o paciente apresentar esses sintomas, a dengue pode já ter se complicado. Lembrando que pode levar o paciente ao óbito", alertou Magdalena.

Prevenção

A melhor forma de prevenir a dengue é controlar a proliferação do mosquito transmissor, afirma o médico. O Aedes aegypti se aproveita da água parada para se reproduzir e também é responsável por transmitir a zika, chikungunya e febre amarela.

"Evitar água parada, uso de repelentes para evitar picada do mosquito. Ou seja, o controle mesmo do mosquito transmissor", afirma o médico.

A orientação do Ministério da Saúde é que a população utilize, ao menos, 10 minutos por dia toda a semana para eliminar os focos da dengue. Ou seja, fazer uma "vistoria" em casa para retirar pontos de água parada. Mutirões comunitários também podem ser realizados.

Vacina

No início do mês, o governo federal também divulgou que trabalha para ampliar a produção da vacina contra a dengue, devido ao surto em diversas partes do país. Devido à capacidade limitada de entrega das doses, foi necessário a restrição de municípios em uma primeira remessa, sendo selecionados os que estão em regiões endêmicas.

No estado do Rio, apenas municípios da Baixada Fluminense tiveram acesso. Em todo o país, a expectativa é que apenas 3,2 milhões de pessoas sejam vacinadas em 2023.

A vacina pode ser aplicada em pessoas de 4 a 60 anos, mas, neste primeiro momento, o Ministério da Saúde a disponibilizou apenas a indivíduos entre 10 e 14 anos pelo SUS. Segundo a pasta, esta restrição e a escolha de poucos municípios se dá pela capacidade limitada da fabricante. O público escolhido concentra o maior número de hospitalizações pela doença.

"A vacina é importante, na medida que previne a ocorrência de casos graves e reduz o número de internações e complicações relacionadas à dengue. Então, a vacina tem sua importância, sim, principalmente na redução de casos graves e mortalidade relacionada ao vírus da dengue", afirmou o infectologista Luis Arnaldo Magdalena.

O Correio Petropolitano questionou a Prefeitura de Petrópolis e o Ministério da Saúde sobre as medidas adotadas para combater a dengue. Até o fechamento desta edição, não houve resposta.

 

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