Por: POR LUANA MOTTA

Petropolitanas: Risco de desastres em 75 municípios do RJ

Deslizamento na Cacilda Becker no Independência | Foto: Gabriel Rattes

Dos 92 municípios do estado do Rio de Janeiro, 75 estão na lista do Governo Federal com risco de desastre ambiental. Este novo estudo foi encomendado pelo governo durante o levantamento para o Novo PAC que vai subsidiar obras para prevenção. Ao menos sete municípios da Região Serrana integram essa lista. Petrópolis tem ao menos 72.070 pessoas vivendo sob o risco de desastres, seguido por Teresópolis, com 45.772 e Nova Friburgo, com 33.660. "O aumento na frequência e na intensidade dos eventos extremos de chuvas vêm criando um cenário desafiador para todos os países, em especial para aqueles em desenvolvimento e de grande extensão territorial, como o Brasil", diz o estudo do governo federal.

 

R$ 60 milhões para contenção

Por meio do PAC Seleções, o Governo Federal está destinando R$ 60 milhões a Petrópolis para a contenção de encostas, e mais R$ 2 milhões para regularização fundiária. A expectativa esses valores sejam investidos em obras de contenção sejam realizadas no Caxambu (Morro do Pinto, Waldermar Ferreira da Silva e João Glass Veiga; Rua Elisa Mussel e Rua Elísio Alves), Rua Teresa, Rua Henrique Paixão e Floresta, Comunidade Vai quem Quer, Rua Paulista, Rua Amaral Peixoto, Rua Atílio Marotti e Rua Battaillard.

Mais pobres são mais vulneráveis

"A urbanização rápida e muitas vezes desordenada, assim como a segregação sócio-territorial, têm levado as populações mais carentes a ocuparem locais inadequados, sujeitos a inundações, deslizamentos de terra e outras ameaças correlatas. Essas áreas são habitadas, de forma geral, por comunidades de baixa renda e que têm poucos recursos para se adaptarem ou se recuperarem dos impactos desses eventos, tornando-as mais vulneráveis a tais processos", aponta a nota técnica do estudo PAC Seleções.

Ano de 2024 sofrerá também com incêndios florestais

Ministra do Meio Ambiente Marina Silva | Foto: José Cr/Agência Brasil

"Nesse momento, essa base de 1.942 municípios está focada muito mais em chuvas e deslizamentos, esses eventos associados a grandes precipitações de chuva. Nós ainda não temos o que significa isso em relação à seca. O evento extremo também apresenta efeito secundários, como por exemplo, a questão do fogo. Nós vamos ter esse ano de 2024 uma situação que é propensa a incêndios jamais vistos na história do nosso país. Então é preciso que a gente trabalhe cada vez mais com todos os esforços para diminuir o dano, para diminuir as consequências, porque o evento extremo de grande estiagem no Pantanal, na Amazônia já está contratado, infelizmente", pontuou ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), Marina Silva, ao programa A Voz do Brasil na última semana (16/5).

Número dobrou em uma década

O estudo levou em consideração algumas bases de dados do governo federal, informadas pelos próprios municípios, ou elaboradas ao longo do tempo. A comparação é entre o ano de 2012 e 2022. Em 2012, 821 municípios estavam em situação crítica, destes 65 no estado do Rio. Em 2022, esse número aumentou mais do que o dobro, são 1.942 municípios. Ainda segundo o Governo Federal, essas áreas em cidades consideradas em risco concentram mais de 8,9 milhões de pessoas, o que representa 6% da população.