Por Leandra Lima
A vereadora Gilda Beatriz (PP), oficiou a Prefeitura de Petrópolis após encontrar irregularidades no Centro de Acolhimento Gabriel Vila Real da Rocha, que fica na Rua Floriano Peixoto, no Centro. O local abriga as vítimas das chuvas que perderam a moradia, no último temporal em março de 2022. Durante a fiscalização, realizada no dia 15 deste mês, a parlamentar constatou que existem obras inacabadas, falta de acessibilidade para pessoas com deficiência e idosos, má qualidade nos espaços de convivência infantil, baixa qualidade nos materiais disponibilizados para as famílias, como cobertores, travesseiros e toalhas, além de outros problemas apresentados no documento que foi encaminhado no dia 16 de maio, ao órgão municipal.
Gilda denuncia ainda que o prédio foi inaugurado pela metade e que os apartamentos acessíveis para pessoas com deficiência e idosos ainda não estão finalizados. "A acessibilidade deveria ser prioridade. É um absurdo de 32 apartamentos, 14 ainda não foram entregues", disse. O espaço foi adquirido por R$ 3,5 milhões pela Prefeitura em 2022, com intuito de abrigar as vítimas da tragédia socioambiental do mesmo ano, porém o equipamento só foi colocado em uso, em abril deste ano, ou seja, foram 2 anos para ter os primeiros apartamentos liberados para uso.
Em relação aos espaços de convivência, a vereadora relatou que identificou que o apartamento utilizado para fazer atividades com as crianças, não dispõe de mobiliário e pintura apropriadas, além de material pedagógico e brinquedos em quantidades adequadas, e nada que reporte a um espaço digno para receber as crianças e propiciar momentos de lazer, descontração e até mesmo aprendizagem. Na mesma linha, ela apontou que o abrigo poderia oferecer um espaço para outros usuários, como os adolescentes e idosos, que estão no local e também precisam de escuta, cuidados, reconstrução de histórias e suas vivências.
Outro ponto levantado, foi a questão das televisões que não estão em uso, por falta de um kit de antena digital. "[...] Esse Kit pode ser adquirido de forma gratuita para todos os usuários com cadastro no Cadastro Único - CadÚnico, como é divulgado aos usuários dos Centros de Referência da Assistência Social - CRAS. Os acolhidos estão sem o direito de assistir televisão, desde de quando chegaram no abrigo, isso nos causou muita estranheza, pois as famílias estão sendo acompanhadas e assistidas pelo CRAS[...]", diz um trecho do ofício enviado à Prefeitura.
Em relação aos problemas, Gilda Beatriz cobra ao Executivo Municipal, um espaço de convivência humanizado e adequado para os usuários que se encontram abrigados no centro de acolhimento. A indicação da parlamentar, referente a adequação do ambiente mencionado, foi aprovada durante a sessão, desta terça-feira (28) na Câmara, agora cabe ao Executivo colocar em prática a proposta.
A reportagem questionou a Prefeitura sobre os apontamentos feitos, mas não obteve respostas até o fechamento desta edição.