Por: POR LUANA MOTTA

PETROPOLITANAS: Associação denuncia erros em QR Code do Smart Tour

Centro Cultural Estação de Nogueira em Petrópolis | Foto: Divulgação/Smart Tour

A Associação Fluminense de Preservação Ferroviária (AFPF) divulgou uma nota de repúdio endereçada à Secretaria de Turismo de Petrópolis. Assinada pelo presidente da Associação, Ricardo Lafayette, a nota aponta vários equívocos no sistema de informação Smart Tour em um dos pontos turísticos do município, o Centro Cultural Estação de Nogueira. Ao acessar o QR Code disponibilizado no documento, o visitante se depara com a informação de que a estação foi fundada em 1898, e que ligava a cidade do Rio de Janeiro a Teresópolis, passando por Petrópolis. Quando na verdade, a fundação da estação aconteceu 10 anos depois, em 1908, e nada tinha a ver com a ligação Rio de Janeiro e Teresópolis.

 

Nota de repúdio

"É uma barbaridade sem precedentes afirmar que Petrópolis se ligou a Teresópolis através da estrada de ferro de mesmo nome. Na realidade, os trens da E.F. Therezópolis-EFT, atravessavam os municípios de Magé e Guapimirim, utilizando o mesmo sistema de cremalheira que era usado na Serra da Estrela (entre Magé e Petrópolis) para se chegar à Cidade Imperial. A EFT foi inaugurada em 1908 e erradicada em 1957. A linha férrea que passava por Nogueira pertencia a E.F. Leopoldina, sendo erradicada em 1964", diz a nota.

Secretaria de Turismo dizque vai corrigir falhas

Smart Tour foi lançado em fevereiro em Petrópolis | Foto: Divulgação/Prefeitura de Petrópolis

À Coluna, a Secretaria de Turismo disse que tomou conhecimento sobre a falha e já está providenciando a correção junto ao Smart Tour, "que é um sistema tecnológico de última geração e permite alterações e inserções, que se fizerem necessárias, durante o processo de implementação", disse em nota. O sistema foi apresentado pela Secretária em fevereiro deste ano, e foi contratado por R$ 270 mil, por meio do Fundo Municipal de Turismo (FUMTUR), com a aprovação do Conselho Municipal de Turismo (COMTUR). O contrato tem vigência de 24 meses. São pelo menos 40 pontos instalados em atrativos, com um QR Code para que os visitantes acessem curiosidades e a história do ponto turístico.

 

Trabalho de pesquisa

Na nota de repúdio, além apontar os erros, a Associação questiona se a empresa contratada para fazer o trabalho consultou órgãos de preservação da história da cidade, como o Instituto Histórico de Petrópolis (IHP), a Academia Petropolitana de Letras (APL) e a própria Associação, fundada em 1999, com o objetivo de preservar bens rodoviários e memória rodoviária. A AFPF dedica atenção especial à Petrópolis, porque a primeira estação ferroviária do Brasil tinha o nome de Estrada de Ferro de Petrópolis.

Locomotiva em más condições

A Associação ainda denuncia as condições de conservação da locomotiva que fica do lado de fora da Estação. "Cabe registrar que esse raro exemplar (salvo do sucateamento pela AFPF), ora se encontra, infelizmente, em completo estado de abandono, servindo como depósito de lixo e abrigo para sem-teto". A AFPF ainda fez um convite aos petropolitanos para que verifiquem nas placas de QR Code distribuídas pelos demais pontos turísticos se há mais equívocos nas informações.