Por: POR LUANA MOTTA

PETROPOLITANAS: Prefeitura contrata empresa para fazer remoção dos restos mortais de área colapsada no Cemitério

Estrutura colapsou com as chuvas de março deste ano | Foto: Agência Brasil

A Prefeitura de Petrópolis contratou uma empresa para fazer a remoção dos restos mortais que estavam nas gavetas que foram afetadas na ala do Cemitério Municipal que colapsou com as chuvas de março deste ano. No Portal da Transparência da Prefeitura constam dois empenhos de R$ 205.150,00 e R$ 25 mil à empresa AMB Memorial de Cinzas LTDA, para fazer o trabalho. Mas o contrato, no entanto, não foi disponibilizado no Portal pela Prefeitura. O que foi divulgado até agora, é que a empresa fará a retirada dos escombros da área colapsada, identificar os corpos e colocá-los em um contêiner, até que as novas covas estejam prontas. "É um trabalho técnico, feito de forma cuidadosa e lenta, com muito respeito aos restos mortais daquelas pessoas e aos familiares delas", garante a Prefeitura.

 

MPRJ aponta riscos desde 2019

O Cemitério Municipal do Centro é uma bomba-relógio. Nas chuvas de 2022, também foram registrados deslizamentos de terra no local. A 1ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Petrópolis, do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, entrou com uma ação civil pública em 2019 para obrigar a Prefeitura a licenciar o cemitério e fazer as devidas melhorias. Na época, o Ministério Público fez uma vistoria que constatou problemas que podem ter acarretado os deslizamentos de 2024. Segundo a área técnica do MPRJ, há gaveteiros construídos sem sistema de drenagem, o que coloca em risco inclusive o lençol freático que fica abaixo do terreno. A Promotoria demonstrou preocupação quanto à impermeabilização das sepulturas.

Tentativa frustrada de licitação de concessão

Em 2021, durante a gestão interina de Hingo Hammes, a Prefeitura propôs uma licitação para a concessão da administração dos sete cemitérios municipais. O edital não foi lançado a tempo, e a iniciativa foi engavetada quando o atual prefeito Rubens Bomtempo assumiu a gestão, em 18 de dezembro de 2021. Após a pandemia e com as tragédias das chuvas de 2022, a situação se agravou. Sem gavetas suficientes, a Prefeitura ampliou o número covas rasas para o sepultamento. A imprensa local denunciou inúmeras vezes as más condições das covas, algumas feitas em barrancos, de difícil acesso até mesmo para levar o caixão até o local.

Promessa de reforma de R$ 4 mi

A administração do cemitério é responsabilidade da Secretaria de Serviços, Segurança e Ordem Pública. A Prefeitura disse que a remoção foi autorizada pela 4ª Vara Cível, que concedeu um alvará, e agora, está autorizada a fazer as intervenções necessárias no local. Mas não informou se após a remoção dos corpos será finalmente realizada obra de melhorias e reconstrução das áreas afetadas no local. Em abril, ao lado do deputado federal Hugo Leal, o prefeito Bomtempo visitou o cemitério e anunciou que Petrópolis iria receber uma emenda parlamentar de R$ 4 milhões para a obra emergencial. Assunto que também foi engavetado.

Prefeitura falta convocação

O prefeito Rubens Bomtempo e secretariado não compareceram à convocação feita pela vereadora Júlia Casamasso, agendada para a última segunda-feira, para prestar esclarecimentos sobre a divulgação de situação de 'penúria financeira' na atual gestão. A Prefeitura não explicou como gerou tamanha crise financeira durante esta gestão.