A vereadora Júlia Casamasso (Psol) levou ao Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) as denúncias sobre as possíveis irregularidades cometidas pela Companhia Petropolitana de Trânsito e Transportes (CPTrans) e a Prefeitura no processo de eleição dos membros da sociedade civil ao Conselho Municipal de Transporte (Comutran). A vereadora pede ao MPRJ uma investigação detalhada, além de anulação do pleito e realização de novas eleições. Como o Correio Petropolitano mostrou nesta última semana, a eleição foi marcada por acusações de irregularidades e articulação política para ampliar o poder do governo municipal e empresas de ônibus dentro do conselho.

O atual prefeito Rubens Bomtempo teve a candidatura à reeleição confirmada pelo PSB; como vice o atual Paulo Mustrangi. O evento aconteceu neste domingo, 04, no Palmeira Futebol Clube, onde também foi confirmada a coligação dos partidos: PSB, PT, PV, PCdoB, PDT, PSD, PSDB e Cidadania. Estiveram presentes a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB) e o ex-deputado Alessandro Molon, além de secretários municipais e vereadores.

Além disso, a escolha do dia e horário da votação, realizada em um dia útil, em horário comercial, na última quarta-feira (31), foi contestada pelos conselheiros da sociedade civil, que defendem a prática de realizar as eleições aos sábados, facilitando a participação dos trabalhadores. Segundo Júlia, haveria "indícios de uma união entre o governo municipal e as empresas de ônibus para eleger pessoas que representam os seus interesses nas cadeiras da sociedade civil". O Correio aguarda posicionamento da Prefeitura de Petrópolis e CPTrans.

A Federação PSOL-REDE confirmou Yuri Moura como candidato a prefeito de Petrópolis e terá Marcos Novaes como candidato a vice. O anúncio foi feito na convenção que aconteceu na última quinta-feira (1), e reuniu mais de 500 pessoas, no Petropolitano F.C., no Centro. Os partidos Unidade Popular (UP) e PCB e lideranças do PDT como o deputado estadual Vitor Júnior e o ex-deputado federal Chico D'angelo declararam apoio à chapa.

Como o Correio mostrou na última semana, conselheiros e ex-conselheiros denunciaram que parte dos candidatos que foram eleitos têm alguma ligação com o ex-presidente da CPTrans, e pré-candidato a vereador, Thiago Damaceno. O que, embora não seja comprovado como ilegal, evidencia a tentativa de articulação política do governo municipal para ampliar o poder de participação nas deliberações do conselho. Thiago Damaceno é pré-candidato pelo PSDB e é apoiado pelo prefeito Rubens Bomtempo (PSB), que tenta a reeleição. Nas redes sociais, os dois posam juntos em pré-campanha para o pleito municipal.

Conselheiros e ex-conselheiros apontaram que houve falta de transparência, cancelamento de reuniões e convocações tardias que teriam prejudicado a legitimidade do processo eleitoral. "Nós não paramos de trabalhar desde o fim da apuração do resultado. Coletamos mais indícios, juntamos em uma peça e encaminhamos ao Ministério Público para que tudo seja apurado", comenta a vereadora. Segundo Júlia, durante a votação, foi registrada a participação de indivíduos nomeados em cargos comissionados, além de funcionários das empresas de ônibus, transportados até as urnas em carros da própria companhia, gerando dúvidas sobre a imparcialidade e possíveis manipulações.